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Dólar em Queda: Como Trump, Fed e o Cenário Brasileiro Influenciaram o Câmbio em 2025
Em um ano de transformações econômicas globais, 2025 surpreendeu os mercados com uma desvalorização acentuada do dólar americano. No Brasil, a moeda n...
Em um ano de transformações econômicas globais, 2025 surpreendeu os mercados com uma desvalorização acentuada do dólar americano. No Brasil, a moeda norte-americana registrou uma queda de impressionantes 11,18% em relação ao real ao longo do ano, o maior recuo em quase uma década — superando até mesmo a desvalorização de 17,8% vista em 2016. Esse movimento não se limitou ao território nacional: moedas de economias emergentes e avançadas, como o euro, o franco suíço, o iene japonês e a libra esterlina, também ganharam força frente ao dólar. Fatores como as políticas de Donald Trump, as decisões do Federal Reserve (Fed) e o contexto econômico brasileiro foram decisivos para essa tendência. Entenda a seguir os principais elementos que moldaram esse cenário.
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A Estratégia de Trump e Sua Impacto na Desvalorização do Dólar
Especialistas atribuem grande parte da fraqueza do dólar às políticas implementadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu novo mandato. Após a eleição, os investidores antecipavam uma agenda agressivamente protecionista, com aumentos de tarifas e cortes de impostos a partir de janeiro. No entanto, Trump adotou uma abordagem mais cautelosa, promovendo reformas graduais que geraram incerteza nos mercados.
O dólar iniciou 2025 cotado a R$ 6,16 no Brasil, mas já no primeiro trimestre acumulou uma perda de 7,4%. Em abril, o anúncio de tarifas sobre importações de parceiros comerciais provocou uma breve valorização, mas o efeito foi efêmero. "A cautela inicial de Trump, seguida pelo choque tarifário, ampliou a volatilidade e pressionou a moeda americana para baixo", explica Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX. Essas medidas não só prejudicaram a balança comercial dos EUA, mas também incentivaram investidores a diversificarem suas carteiras, aumentando a pressão vendedora sobre o dólar.
Além disso, a retórica de Trump sobre uma moeda mais fraca para impulsionar exportações americanas reforçou essa tendência. Economistas apontam que, intencionalmente ou não, suas ações contribuíram para uma desvalorização controlada, beneficiando setores exportadores, mas gerando instabilidade global.
O Papel do Federal Reserve na Fraqueza da Moeda Norte-Americana
O Federal Reserve, banco central dos EUA, também desempenhou um papel crucial na queda do dólar em 2025. Diante de uma inflação persistente e crescimento econômico moderado, o Fed optou por manter as taxas de juros elevadas por mais tempo do que o esperado, mas sinalizou cortes graduais a partir do segundo semestre. Essa política de "aguardar para ver" contrastou com as expectativas de aperto monetário mais agressivo, o que enfraqueceu o apelo do dólar como ativo seguro.
Em reuniões ao longo do ano, o presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou a necessidade de equilibrar o combate à inflação com o suporte ao emprego. No entanto, dados fracos de manufatura e consumo nos EUA levaram a uma reavaliação das posições em dólar. "As decisões do Fed criaram um ambiente de baixa atratividade para a moeda, especialmente quando comparadas às políticas expansionistas de outros bancos centrais", afirma a economista Maria Silva, do Itaú Unibanco.
Globalmente, isso resultou em um fluxo de capitais para moedas alternativas, ampliando a desvalorização do dólar em até 10% contra uma cesta de divisas principais.

O Cenário Brasileiro e os Efeitos em Países Emergentes
No Brasil, a queda do dólar foi amplificada por fatores locais positivos. O Banco Central manteve uma política monetária restritiva, com a Selic em níveis elevados, atraindo investimentos estrangeiros. Além disso, o superávit comercial recorde e a estabilidade fiscal sob o governo Lula contribuíram para a valorização do real.
Outros emergentes, como o México e a Índia, viram ganhos semelhantes em suas moedas, impulsionados pela diversificação global de investimentos. No entanto, a volatilidade inicial causada por Trump gerou desafios, como inflação importada em bens essenciais. "Para o Brasil, essa desvalorização representa alívio no endividamento externo, mas exige vigilância contra bolhas especulativas", alerta Mattos.
- Benefícios para o Brasil: Redução de dívidas em dólar e estímulo às exportações.
- Riscos: Possível aumento de importações baratas, pressionando a indústria local.
- Perspectivas: Analistas preveem continuidade da tendência em 2026, dependendo de eleições nos EUA.

Conclusão: Lições para o Futuro dos Mercados Globais
A desvalorização do dólar em 2025, impulsionada por Trump e o Fed, marcou um ponto de inflexão na economia mundial, beneficiando o Brasil e outros países. Com uma queda de mais de 10%, o cenário reforça a importância de políticas coordenadas entre governos e bancos centrais. Para investidores e empresas, o ano serviu como lembrete de diversificar riscos em um mundo interconectado. À medida que 2026 se aproxima, o foco estará nas próximas jogadas de Trump e nas respostas do Fed, prometendo mais volatilidade — mas também oportunidades — nos câmbios globais.




