
Maioria dos brasileiros reprova indicação de Flávio Bolsonaro para Presidência em 2026, revela pesquisa Quaest
A eleição presidencial de 2026 já começa a esquentar o debate político no Brasil, e uma pesquisa recente expõe divisões profundas entre os eleitores....
A eleição presidencial de 2026 já começa a esquentar o debate político no Brasil, e uma pesquisa recente expõe divisões profundas entre os eleitores. De acordo com o levantamento Genial/Quaest, divulgado nesta terça-feira (16), 54% dos brasileiros consideram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu um erro ao indicar seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como seu sucessor na disputa pelo Palácio do Planalto. Essa opinião majoritária reflete um cenário de desconfiança em relação à "herança familiar" no campo da direita, enquanto 36% veem a escolha como acertada e 10% não souberam ou não responderam. Os dados, coletados entre 11 e 15 de julho com 2.004 eleitores em 133 municípios, pintam um quadro de polarização que pode influenciar as estratégias partidárias nos próximos meses.

Divisões políticas: aprovação entre bolsonaristas, rejeição no centro e à esquerda
A pesquisa revela uma clivagem clara no eleitorado, com diferenças marcantes conforme o posicionamento ideológico. Entre os autodeclarados bolsonaristas – fiéis ao ex-presidente –, a aprovação à indicação de Flávio é esmagadora: 78% consideram a escolha correta. Esse apoio reflete a lealdade ao clã Bolsonaro, que tem sido uma força mobilizadora na direita brasileira desde 2018. No entanto, mesmo entre a direita não bolsonarista, o percentual de aprovação cai para 55%, ainda indicando uma maioria relativa, mas sinalizando fissuras no campo conservador.
Por outro lado, o segundo grupo analisado – composto por eleitores independentes, de esquerda não lulista e lulistas – demonstra forte reprovação. Para 56% dos independentes, Bolsonaro errou feio na decisão. O índice sobe para 71% entre a esquerda não alinhada ao PT e chega a 78% entre os apoiadores do presidente Lula. Essa rejeição pode ser atribuída a fatores como as controvérsias envolvendo Flávio, incluindo investigações passadas sobre rachadinhas na Alerj, que ainda ecoam na opinião pública e alimentam narrativas de nepotismo.
Desempenho eleitoral de Flávio e comparação com rivais da direita
Apesar da reprovação geral, Flávio Bolsonaro não sai mal das simulações eleitorais. No primeiro turno hipotético, ele lidera entre os presidenciáveis de direita, superando nomes como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e o senador Magno Malta (PL-ES). Contra o presidente Lula no segundo turno, porém, seu desempenho empata com o dos governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Jr. (PSD-PR), ambos com cerca de 45% das intenções de voto, segundo a Quaest. Essa paridade sugere que, embora Flávio conte com o apoio da base bolsonarista radical, ele enfrenta desafios para atrair o eleitorado moderado, essencial para uma vitória nacional.
A pesquisa também explora cenários alternativos. Quando questionados sobre quem Bolsonaro deveria ter indicado no lugar de Flávio, os entrevistados que reprovaram a escolha apontaram opções variadas, destacando a fragmentação da direita.

Alternativas sugeridas: Michelle e governadores em destaque
Entre as sugestões de sucessor, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) desponta como a mais citada, com 19% das menções. Sua popularidade junto aos evangélicos e conservadores pode explicar esse favoritismo, posicionando-a como uma ponte entre o legado de Jair e um apelo mais amplo. Em segundo lugar, aparece o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com 16%, valorizado por sua gestão eficiente e perfil técnico. Ratinho Jr., do Paraná, soma 11%, enquanto o empresário Pablo Marçal (PRTB) fica com 5%.
- Romeu Zema (Novo-MG): 4%
- Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Ronaldo Caiado (União-GO): 3% cada
- Eduardo Leite (PSD-RS): 2%
- Outros nomes: 2%
- Nenhum desses: 21%
- Não sabe/não respondeu: 14%
Esses números indicam que a direita busca nomes com experiência executiva ou apelo midiático, mas a opção "nenhum desses" reforça a insatisfação com as figuras atuais.

Implicações para o cenário político de 2026
Em resumo, a pesquisa Genial/Quaest expõe as tensões internas na direita brasileira e o desafio de Bolsonaro em transferir seu capital político para o filho. Com a reprovação majoritária e sugestões alternativas apontando para figuras como Michelle ou Tarcísio, o PL pode precisar repensar sua estratégia para evitar uma fragmentação que beneficie o centro ou a esquerda. À medida que as articulações partidárias avançam, esses dados servem como alerta: o eleitorado clama por renovação, e a eleição de 2026 promete ser uma batalha acirrada pela definição do futuro do país. Com margens de erro de dois pontos percentuais, os resultados são um termômetro confiável do humor nacional atual.




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