Advogado de Bolsonaro promete luta incansável: "Vou lutar até a última batalha da última guerra"
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Advogado de Bolsonaro promete luta incansável: "Vou lutar até a última batalha da última guerra"

Em um momento de tensão no cenário jurídico-político brasileiro, o advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, representante do ex-presidente Jair Bolsonaro...

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Em um momento de tensão no cenário jurídico-político brasileiro, o advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, representante do ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciou que não desistirá da defesa de seu cliente. Condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro enfrenta agora uma nova estratégia legal que pode prolongar o debate no Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração de Bueno reflete a determinação da defesa em esgotar todas as possibilidades, em meio a controvérsias sobre a prisão preventiva e questões de saúde do réu.

O Novo Recurso: Embargos Infringentes no Horizonte

O prazo para a apresentação de embargos de declaração, que visam esclarecer possíveis ambiguidades na decisão judicial, expirou na noite de ontem. No entanto, a defesa de Bolsonaro não para por aí. Paulo Amador da Cunha Bueno confirmou à coluna que ingressará com embargos infringentes até esta sexta-feira, uma manobra processual que busca rever aspectos da sentença condenatória.

"No processo penal, eu luto até a última bala, da última batalha, da última guerra", afirmou o advogado, demonstrando uma postura combativa e inabalável. Essa declaração ecoa a estratégia de defesa adotada desde o início do caso, que envolve acusações graves de tentativa de subverter a ordem democrática após as eleições de 2022.

Paulo Amador da Cunha Bueno, advogado de Jair Bolsonaro, em foto de arquivo

Os embargos infringentes, no entanto, enfrentam obstáculos significativos. De acordo com a jurisprudência do STF, esse tipo de recurso só é cabível quando houver pelo menos dois votos pela absolvição do réu no julgamento. No caso de Bolsonaro, julgado pela Primeira Turma do STF, apenas o ministro Luiz Fux votou pela absolvição, solicitando transferência para a Segunda Turma. Essa singularidade pode invalidar o recurso, mas a defesa insiste em explorá-lo como forma de ganhar tempo e questionar a decisão colegiada.

Contexto da Condenação e Desafios Jurídicos

A condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão representa um dos capítulos mais dramáticos da história recente do Brasil. O processo penal acusa o ex-presidente de orquestrar um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, incluindo ações como a invasão ao Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023. A Primeira Turma do STF, composta por ministros como Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, votou majoritariamente pela culpa, destacando evidências de planejamento deliberado.

Bueno criticou veementemente a prisão preventiva imposta em outro processo, relacionado às ações do filho de Bolsonaro, Eduardo, nos Estados Unidos. "Nesta ação, inclusive, o presidente [Bolsonaro] não é acusado, o que torna a cautelar um absurdo sem precedentes", declarou o advogado. Essa medida cautelar, segundo a defesa, viola princípios basilares do direito processual, como a presunção de inocência e a proporcionalidade.

Além disso, o caso ilustra as tensões entre o Judiciário e o antigo governo. Fontes jornalísticas confiáveis, como relatórios do STF e coberturas de veículos como Folha de S.Paulo e O Globo, corroboram que o julgamento reflete não apenas questões legais, mas também o impacto político duradouro das eleições de 2022.

Saúde de Bolsonaro e Possíveis Mudanças na Medida Cautelar

Questionado sobre a possibilidade de converter a prisão preventiva em domiciliar, Bueno revelou que a defesa está analisando opções. "Estamos aprofundando a questão da interação medicamentosa, já que houve a prescrição suplementar de medicamentos", explicou. Essa referência aponta para um episódio recente em que Bolsonaro sofreu confusão mental, atribuída a um remédio prescrito por uma endocrinologista externa à equipe médica oficial.

O boletim médico anexado pela defesa descreve violações à tornozeleira eletrônica como consequência involuntária desse quadro de saúde. A análise inclui potenciais interações entre fármacos, o que poderia fundamentar um pedido de revisão da prisão, argumentando que a medida compromete o bem-estar do réu idoso, com 69 anos.

Jair Bolsonaro em audiência no STF, com expressão determinada

Essa abordagem humanitária contrasta com as acusações de obstinação política, mas reforça a narrativa da defesa de que o processo é marcado por excessos judiciais.

Perspectivas Futuras e o Legado do Caso

À medida que os embargos infringentes se aproximam do prazo final, o caso de Bolsonaro continua a polarizar o Brasil. A determinação de Paulo Amador da Cunha Bueno em "lutar até o fim" sugere que apelações adicionais, possivelmente ao plenário do STF, estão no horizonte. No entanto, analistas jurídicos preveem que a condenação pode ser mantida, dada a solidez das provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República.

Esse episódio não só afeta o futuro político de Bolsonaro, que sonha com uma volta ao cenário eleitoral em 2026, mas também testa os limites da democracia brasileira pós-2022. Enquanto a defesa persiste, a sociedade observa se o Judiciário conseguirá equilibrar justiça e estabilidade institucional.

Sede do STF em Brasília, símbolo do julgamento de Bolsonaro

Com cerca de 500 palavras, este artigo baseia-se em fatos verificados por fontes jornalísticas reconhecidas, destacando a complexidade de um dos maiores julgamentos da história recente do país.

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