
Governo Trump retira sanções da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes e família
Em um movimento surpreendente que pode sinalizar uma reaproximação diplomática entre Brasil e Estados Unidos, o governo do presidente Donald Trump anu...
Em um movimento surpreendente que pode sinalizar uma reaproximação diplomática entre Brasil e Estados Unidos, o governo do presidente Donald Trump anunciou, nesta sexta-feira, 12, a remoção do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, sua esposa Viviane Barci e familiares da lista de sancionados pela Lei Magnitsky. A decisão foi oficializada no site do Departamento do Tesouro dos EUA, gerando debates sobre as motivações por trás dessa mudança repentina em meio a tensões bilaterais.

Contexto da Sanção Inicial
A inclusão de Alexandre de Moraes na lista da Lei Global Magnitsky ocorreu em julho deste ano, sob acusações do governo norte-americano de violações graves aos direitos humanos. Especificamente, o Departamento do Tesouro apontou que o ministro estaria envolvido em uma "campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias e processos politizados". À época, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, destacou em comunicado oficial o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro como exemplo emblemático dessas práticas.
"Moraes é responsável por ações que violam os direitos humanos e ameaçam as liberdades fundamentais, incluindo o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa medida reforça nosso compromisso em responsabilizar aqueles que atentam contra os interesses dos EUA e as liberdades de nossos cidadãos", declarou Bessent na ocasião. A sanção não só congelou bens de Moraes e sua família nos EUA, mas também revogou seus vistos de entrada no país, afetando diretamente sua mobilidade internacional.
A Lei Magnitsky, aprovada em 2012 e expandida globalmente em 2016, visa punir indivíduos e entidades envolvidas em corrupção ou violações de direitos humanos. No caso de Moraes, as alegações se baseavam em decisões judiciais que, segundo os EUA, limitavam a liberdade de expressão no Brasil, especialmente em contextos de eleições e discursos políticos.
A Retirada das Sanções e Ausência de Justificativa
O anúncio da remoção veio sem qualquer explicação detalhada no comunicado oficial do Departamento do Tesouro. Trump, por sua vez, ainda não se pronunciou publicamente sobre o tema, o que alimenta especulações sobre os bastidores da decisão. Documentos recentes, como uma carta enviada pelo Tesouro a um parlamentar americano na segunda-feira, 8, reafirmavam as sanções e detalhavam sua aplicação sob a Ordem Executiva 13818, que implementa a lei globalmente. Curiosamente, essa correspondência não mencionava qualquer intenção de revogação, tornando o ato de sexta-feira ainda mais inesperado.
Analistas apontam que a medida pode estar ligada a negociações diplomáticas recentes. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia elevado a remoção das sanções como prioridade em encontros com Trump, defendendo a soberania judicial brasileira e criticando interferências externas. Essa reivindicação ganhou força em meio a discussões sobre comércio, segurança e cooperação regional.

Implicações Diplomáticas e Reações Iniciais
A decisão reverbera no cenário internacional, especialmente considerando o histórico de atritos entre os governos de Trump e Lula. No Brasil, setores da oposição, alinhados a Bolsonaro, veem a sanção original como uma vitória moral contra o que chamam de "ativismo judicial". Já apoiadores de Moraes e do STF celebram a retirada como reconhecimento à independência do Judiciário brasileiro.
- Impacto nos EUA: A revogação pode suavizar críticas internas ao governo Trump por intervenções em assuntos estrangeiros, mas também levanta questões sobre consistência na aplicação da Lei Magnitsky.
- Para o Brasil: Alivia pressões sobre Moraes, que continua a lidar com inquéritos sensíveis, como os relacionados à desinformação e atos antidemocráticos.
- Relações bilaterais: Sinaliza possível descongelamento, abrindo portas para acordos em áreas como meio ambiente e tecnologia.
Especialistas em direito internacional, como o professor da USP Ricardo Leite, comentam que ações como essa ilustram a volatilidade da diplomacia sob administrações populistas, onde interesses políticos podem sobrepor-se a princípios de direitos humanos.

Conclusão: Um Novo Capítulo nas Relações Brasil-EUA?
A remoção das sanções contra Alexandre de Moraes e sua família marca um ponto de inflexão nas relações entre Brasil e Estados Unidos, possivelmente pavimentando o caminho para uma cooperação mais harmoniosa. No entanto, sem esclarecimentos oficiais, persistem dúvidas sobre as verdadeiras intenções por trás da decisão. À medida que Trump consolida sua agenda externa e Lula busca equilibrar soberania nacional com parcerias globais, esse episódio serve como lembrete da interconexão entre justiça, política e diplomacia. O futuro dirá se essa é uma concessão pontual ou o início de uma era de diálogo construtivo.



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