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Saúde se consolida como a maior preocupação dos brasileiros, superando economia e segurança, revela Datafolha
Em um cenário de desafios sociais e econômicos persistentes, a saúde emerge como o principal gargalo enfrentado pela população brasileira. De acordo c...
Em um cenário de desafios sociais e econômicos persistentes, a saúde emerge como o principal gargalo enfrentado pela população brasileira. De acordo com a mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada neste sábado (13), 20% dos entrevistados apontam a saúde como o problema mais grave do país, à frente da segurança pública (16%) e da economia (11%). Esse resultado reflete não apenas as sequelas da pandemia de Covid-19, mas também as desigualdades estruturais no sistema de saúde pública, que continuam a impactar o dia a dia dos cidadãos. Realizada entre 2 e 4 de dezembro com 2.002 participantes em 113 municípios, a pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais, destacando tendências claras na percepção popular.

Resultados Principais da Pesquisa
A pesquisa Datafolha evidencia uma priorização clara da saúde como preocupação dominante. Com 20% das menções, o setor supera a segurança pública, que registrou 16%, e a economia, que caiu para 11% — uma reversão em relação a abril, quando a economia liderava com 22%. Essa mudança sugere que, apesar das pressões inflacionárias e do custo de vida, os brasileiros estão mais atentos a questões vitais como acesso a serviços médicos, longas filas no SUS e a falta de infraestrutura em regiões remotas.
Outros problemas, como corrupção (8%) e educação (7%), aparecem em posições inferiores, reforçando o foco em demandas essenciais. A saúde, em particular, abrange desde a escassez de medicamentos até a sobrecarga de hospitais, agravada por envelhecimento populacional e epidemias sazonais. Especialistas em saúde pública apontam que esses dados ecoam relatórios da OMS, que classificam o Brasil como um país com vulnerabilidades crônicas no atendimento primário.
Evolução das Preocupações Durante o Governo Lula 3
Ao longo da gestão do presidente Lula, iniciada em 2023, a saúde tem se mantido estável como a principal inquietação, variando entre 20% e 22% das respostas. Em março de 2024, a economia chegou a empatar no topo com cerca de 22%, impulsionada por instabilidades no mercado de trabalho e alta nos preços de alimentos. No entanto, no segundo semestre, ela perdeu terreno, estabilizando em torno de 10% a 11% em dezembro.
A segurança pública, por sua vez, experimentou flutuações notáveis: atingiu um pico de 22% em setembro, possivelmente influenciada por ondas de criminalidade urbana e debates sobre políticas de controle de armas, antes de recuar para 16%. Esse deslocamento indica uma transição do foco econômico para questões de bem-estar imediato, com a saúde atuando como âncora persistente. As oscilações, dentro da margem de erro de ±2 pontos, sugerem estabilidade relativa, mas alertam para a necessidade de investimentos contínuos em políticas públicas.
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Diferenças de Percepção por Gênero e Implicações Sociais
As preocupações variam significativamente entre homens e mulheres, revelando dinâmicas de gênero na percepção dos problemas nacionais. Entre os homens, a segurança pública lidera com 18% das citações, refletindo uma maior exposição percebida a riscos de violência urbana e criminalidade. A saúde, embora importante, fica ligeiramente atrás, com cerca de 15%.
Já entre as mulheres, a saúde é citada por impressionantes 26%, seguida pela segurança (14%). Essa ênfase pode estar ligada a questões como saúde reprodutiva, violência de gênero e o papel cuidador predominante no lar. Pesquisas complementares, como as do IBGE, corroboram que mulheres enfrentam barreiras adicionais no acesso a serviços de saúde, incluindo ginecologia e prevenção de doenças crônicas.
- Saúde para mulheres: Maior foco em maternidade e bem-estar familiar.
- Segurança para homens: Ênfase em proteção pessoal e ordem pública.
- Interseções: Violência de gênero afeta a saúde mental e física, unindo as duas preocupações.

Essas diferenças destacam a necessidade de políticas inclusivas, que abordem tanto a universalização do SUS quanto medidas preventivas contra a violência, especialmente em contextos de vulnerabilidade feminina.
Conclusão: Rumos para o Futuro da Saúde Pública no Brasil
A pesquisa Datafolha reforça que a saúde não é apenas uma preocupação passageira, mas um pilar estrutural que influencia todas as esferas da vida brasileira. Com a economia em declínio nas prioridades e a segurança em ascensão, o governo e a sociedade civil devem priorizar reformas no SUS, como ampliação de leitos e telemedicina, para mitigar esses medos coletivos. Em um país marcado por desigualdades regionais, investir em saúde significa construir resiliência contra crises futuras, promovendo um Brasil mais equânime e saudável. Esses dados servem como chamado à ação, urge que as lideranças transformem percepções em políticas concretas.





