
Avanço da IA Resgata Impressão Digital como Medida de Segurança Contra Fraudes
Em uma era onde a inteligência artificial (IA) permite recriar a aparência de qualquer pessoa com apenas uma foto, a segurança digital enfrenta desafi...
Em uma era onde a inteligência artificial (IA) permite recriar a aparência de qualquer pessoa com apenas uma foto, a segurança digital enfrenta desafios inéditos. Softwares de reconhecimento facial, outrora vistos como inabaláveis, agora são questionados por sua vulnerabilidade a deepfakes e fraudes sofisticadas. Instituições financeiras, marketplaces e empresas de saúde, que dependem dessa tecnologia para autenticação, estão reforçando seus protocolos com camadas adicionais de biometria. Dentre as soluções emergentes, o resgate das impressões digitais surge como uma resposta clássica, mas revitalizada, prometendo maior robustez contra as ameaças cibernéticas. Este artigo explora como essa tendência está moldando o futuro da verificação de identidade.

Ameaças Crescentes: O Impacto dos Deepfakes na Verificação de Identidade
A ascensão dos deepfakes representa um ponto de inflexão na cibersegurança. Esses vídeos ou imagens falsos, gerados por IA, podem imitar com precisão movimentos e expressões faciais, enganando sistemas de reconhecimento tradicional. De acordo com dados da Unico, uma das principais empresas de identidade digital no Brasil, que atende quatro dos cinco maiores bancos e nove das dez maiores varejistas do país, houve um aumento de 900% nos episódios de fraudes sofisticadas envolvendo deepfakes entre 2024 e 2025.
"Essa tendência reforça que ficou mais barato para os criminosos executarem esse tipo de golpe", explica Davi Reis, consultor de tecnologia da Unico. Ele destaca a necessidade de implementar "prova de vida" no reconhecimento facial, uma tecnologia que analisa não apenas o rosto, mas também movimentos sutis, como piscadas, e até a circulação sanguínea sob a pele para confirmar a presença de uma pessoa real. Sem essas camadas, os riscos se multiplicam, especialmente em setores sensíveis como o bancário, onde fraudes podem resultar em perdas financeiras bilionárias.
As implicações vão além do Brasil. Globalmente, relatórios da Interpol e da Europol indicam que deepfakes foram usados em golpes de phishing e roubo de identidade em mais de 20 países nos últimos anos, afetando milhões de usuários. No contexto brasileiro, o Banco Central tem monitorado esses incidentes, incentivando a adoção de múltiplos fatores de autenticação para mitigar os danos.
O Retorno das Impressões Digitais: Uma Solução Clássica Revitalizada
Diante das limitações do reconhecimento facial, as impressões digitais voltam ao centro do palco como uma biometria mais confiável e menos exposta. Diferentemente do rosto, que é amplamente compartilhado em redes sociais e perfis de aplicativos como o WhatsApp, as mãos e dedos raramente são fotografados em alta resolução, reduzindo o risco de cópias fraudulentas.
A Identy.io, concorrente da Unico, lançou uma proposta inovadora baseada nessa análise. "São poucas as pessoas que esbanjam fotos das pontas dos dedos", afirma Eduardo Ferrazzi, gerente-executivo da companhia. A tecnologia da Identy.io examina o desenho único formado pelas papilas dérmicas – os sulcos e cristas na pele – combinando-o com algoritmos de IA para maior precisão. A empresa já firmou contrato com um grande banco brasileiro, e espera expandir para outros setores em 2026.

Essa abordagem não é inteiramente nova; impressões digitais foram pioneiras na biometria desde o século XIX. No entanto, avanços em sensores ópticos e de capacitância, aliados à IA, tornam-na mais acessível e segura. Estudos da NIST (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA) mostram que a taxa de erro falso em sistemas de impressões digitais é inferior a 0,1%, comparada a 1-2% em reconhecimento facial sob condições adversas.
Inovações Emergentes e o Futuro da Biometria Multimodal
O ciclo de inovação na biometria não para. Com as ameaças evoluindo, novas tecnologias como o mapeamento de veias da mão via infravermelho ganham tração, especialmente na China, onde startups integram isso a pagamentos móveis. "Com as evoluções das ameaças, a tendência é que exista um novo ciclo de inovação", reforça Davi Reis, da Unico.
No Brasil, a integração multimodal – combinando facial, digital e comportamental (como padrões de digitação) – é vista como o padrão ouro. Empresas como a Unico investem em plataformas que unem essas camadas, reduzindo fraudes em até 95%, segundo testes internos. Regulamentações como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) também impulsionam essa adoção, exigindo maior privacidade e segurança nos dados biométricos.
- Vantagens da biometria multimodal: Maior precisão e resistência a fraudes.
- Desafios: Custo de implementação e necessidade de educação do usuário.
- Perspectivas: Expansão para IoT e autenticação remota em 2026.

Em conclusão, o avanço da IA não apenas cria vulnerabilidades, mas também impulsiona soluções inovadoras como o retorno das impressões digitais. Ao adotar abordagens multimodais, instituições e usuários podem navegar com mais segurança no mundo digital. Essa evolução reforça que a biometria, quando bem implementada, permanece uma barreira essencial contra fraudes, garantindo um ecossistema mais confiável para todos.
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