
Bolsonaro é Internado para Cirurgia de Hérnia sob Esquema de Segurança Reforçado da PF
Em um momento de tensão política e saúde delicada, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi transferido da sede da Polícia Federal (PF) em Brasília para o H...
Em um momento de tensão política e saúde delicada, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi transferido da sede da Polícia Federal (PF) em Brasília para o Hospital DF Star, onde passará por uma cirurgia para tratar um quadro de hérnia inguinal. A internação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorre enquanto Bolsonaro cumpre prisão preventiva, destacando os desafios de equilibrar cuidados médicos com medidas de segurança rigorosas. O procedimento cirúrgico, marcado para esta quinta-feira (25), reflete não apenas preocupações com a saúde do ex-mandatário, mas também o contexto de investigações em curso contra ele.
Contexto da Prisão e Autorização Judicial
Jair Bolsonaro foi preso preventivamente no último sábado (22), em uma operação que gerou ampla repercussão nacional. A detenção está ligada a investigações sobre supostas irregularidades em seu mandato, incluindo acusações de tentativa de golpe de Estado e obstrução de justiça. Preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, Bolsonaro solicitou atendimento médico urgente devido a dores intensas causadas por duas hérnias inguinais, uma condição que exige intervenção cirúrgica para evitar complicações graves, como estrangulamento ou infecção.
Na terça-feira (23), o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, autorizou a transferência e os procedimentos médicos. A decisão judicial enfatiza a necessidade de preservar a integridade física do custodiado, sem prejuízo às investigações. Moraes determinou que a PF organize o transporte de forma discreta, com desembarque nas garagens do hospital para minimizar exposição pública. Essa medida reflete a sensibilidade do caso, evitando aglomerações ou riscos à segurança de Bolsonaro e das equipes envolvidas.

Transferência e Medidas de Segurança Implementadas
A saída de Bolsonaro da sede da PF ocorreu por volta das 9h30 desta quinta-feira, em um comboio blindado que percorreu apenas cinco minutos até o Hospital DF Star. O ex-presidente entrou e saiu pelos acessos subterrâneos, sendo direcionado a uma ala isolada, longe de outros pacientes, para garantir privacidade e contenção de riscos. Essa operação meticulosa foi planejada para evitar qualquer incidente durante o trajeto curto, mas estratégico, no coração de Brasília.
A PF montou um esquema de segurança 24 horas por dia, com equipes especializadas vigiando o hospital inteiro. De acordo com a decisão judicial, pelo menos dois agentes federais permanecerão na porta do quarto de Bolsonaro, enquanto outras equipes patrulharão os corredores internos e externos. A vigilância abrange não apenas o custodiado, mas também a estrutura hospitalar, com prontidão para qualquer eventualidade. Adicionalmente, foi proibida a entrada de computadores, telefones celulares ou qualquer dispositivo eletrônico no quarto — exceto equipamentos médicos essenciais —, visando impedir comunicações não autorizadas durante a internação.
Essas medidas destacam o equilíbrio delicado entre o direito à saúde e as restrições impostas pela prisão. Especialistas em segurança pública apontam que tal esquema é padrão em casos de detentos de alto perfil, mas a intensidade aqui reflete o perfil polêmico de Bolsonaro, que ainda mobiliza apoiadores e opositores em igual medida.

Detalhes do Procedimento Cirúrgico e Período de Recuperação
O procedimento cirúrgico visa corrigir as duas hérnias inguinais diagnosticadas, uma condição comum em homens acima dos 50 anos, agravada por esforços físicos ou histórico de cirurgias abdominais — no caso de Bolsonaro, ele já passou por múltiplas intervenções no abdômen ao longo da vida. A cirurgia, realizada sob anestesia geral, tem duração média de 1 a 2 horas e é considerada de baixo risco, com taxa de sucesso superior a 95%, segundo dados da Sociedade Brasileira de Hernia.
A equipe médica estima que Bolsonaro permaneça internado por cinco a sete dias para monitoramento pós-operatório, incluindo controle de dor, prevenção de infecções e reabilitação inicial. Durante esse período, ele receberá cuidados especializados em uma suíte adaptada, com acesso restrito. A PF garantirá a continuidade da custódia, transferindo-o de volta à superintendência assim que liberado medicamente.
- Pré-operatório: Exames complementares e jejum preparatório.
- Pós-operatório: Repouso absoluto por 48 horas, seguido de fisioterapia leve.
- Complicações potenciais: Raros, mas incluem sangramento ou recidiva da hérnia.

Em conclusão, a internação de Jair Bolsonaro representa um capítulo singular na interseção entre justiça, saúde e política no Brasil. Enquanto o ex-presidente enfrenta esse desafio médico, o episódio reforça debates sobre os direitos de detentos de alto escalão e a imparcialidade do sistema judiciário. A recuperação de Bolsonaro pode influenciar o andamento das investigações, mas por ora, o foco permanece em sua saúde e na manutenção da ordem pública. O caso continua a ser acompanhado de perto pela sociedade e pela mídia, em um país polarizado onde cada movimento de figuras como ele ecoa amplamente.





