
Prefeito, vice-prefeita e vereadores presos por corrupção no Maranhão: desvio superior a R$ 56 milhões
Em um caso que choca o Brasil, a Justiça do Maranhão determinou a prisão do prefeito, da vice-prefeita e de todos os 11 vereadores de Turilândia, no i...
Em um caso que choca o Brasil, a Justiça do Maranhão determinou a prisão do prefeito, da vice-prefeita e de todos os 11 vereadores de Turilândia, no interior do estado, por envolvimento em um esquema de corrupção que desviou mais de R$ 56 milhões dos cofres públicos. A operação, conduzida pelo Grupo de Ação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pela Polícia Militar, expõe a profundidade da corrupção em esferas locais de poder, revelando fraudes em licitações e lavagem de dinheiro que ocorreram ao longo de quase quatro anos.

A Operação e as Prisões Iniciais
A ação policial teve início na segunda-feira (22) e resultou na prisão de 14 pessoas em Turilândia e na capital, São Luís. Entre os detidos, destacam-se seis vereadores do município, a vice-prefeita atual, Tânia Mendes, e um neurocirurgião acusado de atuar como agiota, emprestando dinheiro ao prefeito Paulo Curió. Durante as buscas na residência do irmão do neurocirurgião, os agentes encontraram mais de R$ 2 milhões em espécie, o que reforça as suspeitas de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) investiga o grupo por formação de organização criminosa e corrupção ativa e passiva. De acordo com os promotores, o esquema operava de forma sistemática desde 2021, com o prefeito no centro das decisões fraudulentas. A operação foi batizada de forma a simbolizar o combate à impunidade em pequenas cidades, onde o controle político muitas vezes sufoca a transparência.
O Esquema de Corrupção Revelado
O cerne da investigação aponta para fraudes em licitações públicas e uso de empresas fantasmas para desviar recursos. Um posto de combustível pertencente à ex-vice-prefeita Janaína Lima e ao marido dela, Marlon Serrão, era o principal instrumento de lavagem de dinheiro. A prefeitura realizava pagamentos fictícios por abastecimentos inexistentes, e os valores eram redirecionados diretamente para o prefeito Paulo Curió, que os utilizava para fins pessoais e para pagar dívidas.
Outro elemento crucial foi a confissão de Clementina de Jesus Pinho, responsável pelos pregões eletrônicos na prefeitura. Presa durante a operação, ela admitiu que 95% das licitações eram fraudadas sob ordens diretas de Paulo Curió. Em depoimento, Clementina revelou que participava do esquema em troca de "mimos" e presentes, como joias e eletrodomésticos, o que ilustra como a corrupção se infiltrava no dia a dia da administração municipal.
- Desvios identificados: Mais de R$ 56 milhões em contratos superfaturados e pagamentos indevidos.
- Período: De 2021 até o momento da operação, abrangendo gestões recentes.
- Envolvidos: Todos os 11 vereadores, prefeito, vice e familiares, configurando um controle total do poder legislativo e executivo local.

Apresentação dos Foragidos e Impactos na Comunidade
Na quarta-feira (24), cinco investigados que estavam foragidos se apresentaram voluntariamente à polícia em São Luís: o prefeito Paulo Curió (União Brasil), a primeira-dama Eva Curió, a ex-vice-prefeita Janaína Lima (PRD), o marido dela Marlon Serrão e o contador da prefeitura, Wandson Jhonathan Barros. Essa rendição evitou buscas mais intensas, mas não diminui a gravidade dos fatos. Todos foram encaminhados para o sistema prisional, onde aguardam julgamento.
A operação expõe vulnerabilidades em municípios pequenos como Turilândia, com cerca de 30 mil habitantes, onde o clientelismo político facilita esquemas como esse. Moradores relatam que recursos destinados a saúde, educação e infraestrutura foram desviados, agravando problemas locais como falta de saneamento e estradas precárias. O MP-MA estima que o prejuízo total possa ser ainda maior à medida que novas provas surgirem.
Conclusão: Um Alerta para a Democracia Local
O caso de Turilândia serve como um duro lembrete da necessidade de maior fiscalização em administrações municipais, onde a proximidade entre eleitos e eleitores pode mascarar práticas ilícitas. Com prisões que englobam a totalidade do legislativo local, o episódio questiona a integridade do sistema político brasileiro e reforça a importância de instituições como o Gaeco e o MP-MA no combate à corrupção. As investigações continuam, e espera-se que as punições sirvam de exemplo para prevenir futuros desvios, restaurando a confiança da população em seus representantes. Este escândalo, embora localizado, ecoa nacionalmente, destacando a urgência de reformas para fortalecer a transparência pública.
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