
Pesquisa Quaest Revela Rejeição à Candidatura de Flávio Bolsonaro e Críticas à Escolha de Jair Bolsonaro
Em um cenário político brasileiro cada vez mais polarizado, uma nova pesquisa divulgada pela Genial/Quaest traz luz sobre as percepções dos eleitores...
Em um cenário político brasileiro cada vez mais polarizado, uma nova pesquisa divulgada pela Genial/Quaest traz luz sobre as percepções dos eleitores em relação às movimentações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A escolha de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como potencial candidato à Presidência da República em 2026, tem gerado controvérsias. De acordo com o levantamento, realizado entre 11 e 14 de dezembro de 2023 com 2.004 eleitores, a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Os resultados indicam uma forte reprovação a essa decisão, refletindo desafios para a direita conservadora no país e possíveis impactos no tabuleiro eleitoral global, especialmente em nações que acompanham de perto a dinâmica política sul-americana.

Detalhes da Pesquisa e Reprovação à Escolha
A pesquisa Genial/Quaest é a primeira conduzida pelo instituto que não inclui o próprio Jair Bolsonaro entre as opções de voto para as eleições presidenciais de 2026. Isso marca uma mudança significativa, considerando o histórico de popularidade do ex-presidente entre setores conservadores. Quando questionados se Bolsonaro acertou ou errou ao indicar Flávio como candidato, 54% dos entrevistados consideraram a escolha um erro. Essa rejeição pode ser atribuída a fatores como a imagem de Flávio, marcada por investigações passadas, incluindo o caso das "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, que ainda ecoam na opinião pública.
O levantamento também explorou o potencial eleitoral de Flávio. Entre os eleitores que opinaram sobre a candidatura, 62% afirmaram que não votariam nele de jeito nenhum. Essa taxa de rejeição é alarmante para um nome da família Bolsonaro, que historicamente dependeu do carisma paternal para mobilizar bases fiéis. Analistas políticos apontam que essa percepção negativa pode enfraquecer a coesão do PL e abrir espaço para concorrentes dentro do espectro de direita, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ou até mesmo figuras emergentes no cenário nacional.
Alternativas Sugeridas pelos Eleitores
Para aprofundar a análise, a Quaest indagou quem os entrevistados acreditam que Jair Bolsonaro deveria ter indicado no lugar de Flávio. Os resultados mostram uma preferência clara por nomes mais testados e com apelo popular dentro do bolsonarismo. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) surge na liderança, com 28% das menções, graças à sua imagem associada a pautas evangélicas e sociais que ressoam com o eleitorado conservador.
- Michelle Bolsonaro: 28% – Vista como uma opção moderada e menos controversa.
- Tarcísio de Freitas: 15% – Governador de São Paulo, representando renovação na gestão pública.
- Outros nomes, como Eduardo Bolsonaro: 12% – Irmão de Flávio, com experiência em relações internacionais.
- Nenhum ou indecisos: 45% – Indicando fragmentação nas preferências.
Esses dados sugerem que o eleitorado busca alternativas que mantenham a essência ideológica do bolsonarismo, mas com menor bagagem de escândalos. A preferência por Michelle, em particular, reflete o desejo por uma candidatura que una o apoio da igreja evangélica, um pilar fundamental para o PL.

Implicações para o Cenário Político Brasileiro e Internacional
A reprovação à candidatura de Flávio não se limita ao âmbito doméstico. Em um mundo interconectado, decisões políticas no Brasil, maior economia da América Latina, repercutem globalmente. Países como os Estados Unidos, com laços históricos com o bolsonarismo via figuras como Donald Trump, observam com atenção como essa fragmentação pode afetar alianças regionais. No contexto da América do Sul, onde líderes populistas de direita enfrentam desafios semelhantes, a pesquisa Quaest serve como um alerta para estratégias eleitorais baseadas em dinastias familiares.
Além disso, o levantamento reforça tendências observadas em pesquisas anteriores, como a queda na aprovação de Bolsonaro pós-eleições de 2022. Com o PT de Lula consolidando bases à esquerda, a direita precisa de unidade para competir. A escolha de Flávio, ao invés de unir, parece dividir, o que pode beneficiar opositores como o presidente atual ou novos atores no centro-direita.

Em conclusão, a pesquisa Genial/Quaest delineia um futuro incerto para o bolsonarismo. Com 54% vendo a indicação de Flávio como erro e 62% rejeitando-o como candidato, o PL enfrenta o dilema de reinventar sua liderança sem alienar sua base. Enquanto Michelle Bolsonaro desponta como favorita alternativa, o partido deve ponderar se priorizará lealdade familiar ou viabilidade eleitoral. Esses insights não apenas moldam o debate interno no Brasil, mas também influenciam a percepção internacional sobre a estabilidade democrática na região, destacando a volatilidade da política contemporânea.





