Vice-presidente dos EUA declara que mais armas não farão Ucrânia vencer guerra contra Rússia: "uma fantasia"
Mundo4 min de leitura797 palavras

Vice-presidente dos EUA declara que mais armas não farão Ucrânia vencer guerra contra Rússia: "uma fantasia"

Em um momento de intensas negociações e avanços militares no leste europeu, o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, gerou polêmica ao afirma...

Compartilhar:

Em um momento de intensas negociações e avanços militares no leste europeu, o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, gerou polêmica ao afirmar que a Ucrânia não conseguirá derrotar a Rússia apenas com mais armas ou sanções. Sua declaração, feita nesta sexta-feira (21), reflete as crescentes tensões diplomáticas e o cansaço com o conflito que já dura mais de dois anos. Enquanto o presidente ucraniano Volodimir Zelensky enfrenta pressões para aceitar um acordo de paz, as forças russas continuam a ganhar terreno, complicando o cenário para Kiev e seus aliados ocidentais.

J.D. Vance, vice-presidente dos EUA, em pronunciamento sobre a guerra na Ucrânia

A Posição de J.D. Vance e o Fim da Guerra

O vice-presidente J.D. Vance enfatizou que qualquer plano para encerrar a invasão russa à Ucrânia deve respeitar a soberania do país e ser viável para ambas as partes envolvidas. Em entrevista coletiva, ele criticou a ideia de que o envio adicional de recursos militares pelos EUA ou o endurecimento de sanções contra Moscou resolveria o impasse. "É uma fantasia pensar que a Ucrânia poderia vencer simplesmente com mais dinheiro ou armas para Kiev", declarou Vance, argumentando que a estratégia ocidental precisa evoluir para negociações reais em vez de escalada armamentista.

Essa visão contrasta com o apoio inicial maciço dos EUA à Ucrânia, que incluiu bilhões de dólares em ajuda militar desde o início da invasão em fevereiro de 2022. No entanto, com o Congresso americano dividido e o foco doméstico nas eleições presidenciais, há sinais de fadiga entre os republicanos, partido de Vance e do ex-presidente Donald Trump. Analistas apontam que essa retórica pode sinalizar uma mudança na política externa dos EUA, priorizando o fim rápido do conflito para evitar um envolvimento prolongado.

Pressão sobre Zelensky e o Papel de Trump

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky está sob uma das maiores pressões de sua gestão. Em pronunciamento à nação na mesma sexta-feira, ele admitiu que a Ucrânia pode ter de escolher entre preservar sua dignidade e manter o apoio de aliados como os Estados Unidos. "Agora é um dos momentos mais difíceis da nossa história. A pressão é intensa, e podemos enfrentar uma escolha difícil: perder a dignidade ou arriscar perder um grande aliado", disse Zelensky, ecoando o dilema de resistir à ocupação russa ou ceder em negociações.

Donald Trump, que assumirá a presidência em janeiro, tem pressionado Zelensky para aceitar um acordo de paz elaborado em conjunto com a Rússia. O plano incluiria concessões territoriais a Moscou, como a cessão de regiões ocupadas no Donbas e na Crimeia. Em entrevista à Fox News, Trump mencionou prazos flexíveis para as negociações, mas sugeriu que 27 de novembro – véspera do Dia de Ação de Graças – poderia ser um momento simbólico para avanços. "Eu dei muitos prazos, mas se as coisas estiverem indo bem, você os estende. Quinta-feira parece apropriado", afirmou, destacando o apelo patriótico do feriado americano para um "acordo de paz natalino".

Essa abordagem de Trump visa encerrar a guerra rapidamente, mas críticos ucranianos a veem como uma traição aos princípios de integridade territorial. Um possível novo encontro entre líderes ocidentais e russos está sendo discutido, o que poderia acelerar as tratativas, embora detalhes permaneçam confidenciais.

Volodimir Zelensky em pronunciamento sobre a pressão na guerra contra a Rússia

Avanços Russos e o Cenário Militar

Enquanto as discussões diplomáticas prosseguem, o Ministério da Defesa russo anunciou, neste sábado (22), a captura de duas aldeias no leste da Ucrânia. As forças de Moscou assumiram o controle de Zvanivka, na região de Donetsk, e de Nove Zaporíjia, na região de Zaporíjia, ao sul. Esses ganhos territoriais reforçam a narrativa russa de progresso inexorável, apesar das perdas significativas em ambos os lados.

De acordo com relatórios independentes, como os do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), as ofensivas russas concentram-se em áreas estratégicas para pressionar Kiev a negociar. A Ucrânia, por sua vez, depende cada vez mais de drones e mísseis ocidentais para contra-atacar, mas enfrenta escassez de munições e recrutamento. Sanções econômicas contra a Rússia tiveram impacto inicial, mas Moscou adaptou sua economia, encontrando aliados em países como China e Irã.

  • Impacto das sanções: Reduziram as exportações de energia russa, mas não paralisaram a máquina de guerra.
  • Ajuda ocidental: Mais de US$ 100 bilhões desde 2022, focados em defesa aérea e artilharia.
  • Perdas humanas: Estimadas em centenas de milhares de combatentes de ambos os lados.
Forças russas avançando em aldeia ucraniana no leste do país

Conclusão: Rumos Incerto para a Paz

A declaração de J.D. Vance e as pressões sobre Zelensky marcam um ponto de inflexão na guerra russo-ucraniana. Com avanços russos no campo de batalha e negociações diplomáticas em andamento, o futuro da Ucrânia depende de um equilíbrio delicado entre resistência e concessões. Enquanto os EUA e aliados buscam uma saída sustentável, a soberania de Kiev permanece em jogo. O mundo observa se a "fantasia" de uma vitória militar dará lugar a um acordo pragmático, ou se o conflito se prolongará indefinidamente, custando mais vidas e recursos.

Categorias:Mundo

Últimos Posts