A influência de Donald Trump no sorteio da Copa do Mundo de 2026 | VEJA Gente
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A influência de Donald Trump no sorteio da Copa do Mundo de 2026 | VEJA Gente

Em um mundo onde política e esporte se entrelaçam de forma cada vez mais inseparável, o sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2026 promete ser um eve...

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Em um mundo onde política e esporte se entrelaçam de forma cada vez mais inseparável, o sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2026 promete ser um evento não apenas esportivo, mas também carregado de simbolismos culturais e políticos. Realizado nesta sexta-feira, 5 de dezembro, a partir das 14h (horário de Brasília), no prestigiado Kennedy Center, em Washington, nos Estados Unidos, o cerimônia revelará os adversários das 48 seleções na fase de grupos e os possíveis caminhos até as oitavas de final. No centro das atenções, uma figura controversa: o ex-presidente Donald Trump, cuja influência vai além do campo de futebol, misturando o glamour do esporte com o espetáculo da política americana.

Sorteio da Copa do Mundo de 2026 no Kennedy Center

O Cenário do Sorteio e a Escolha de Washington

A Copa do Mundo de 2026 marca uma edição histórica, sendo a primeira com 48 seleções e sediada conjuntamente por Estados Unidos, Canadá e México. Com 16 cidades-sede distribuídas pelos três países, o torneio promete quebrar recordes de público e impacto econômico. No entanto, o sorteio em si não ocorrerá em uma das sedes oficiais, mas sim em Washington, D.C., uma decisão que reflete influências externas.

Originalmente, a FIFA planejava realizar o evento em Las Vegas, repetindo a tradição da Copa de 1994, quando os EUA foram anfitriões exclusivos e o sorteio aconteceu na vibrante Strip da cidade do pecado. Las Vegas, com sua aura de entretenimento e inovação, parecia o local ideal para um espetáculo global. Contudo, Donald Trump, agora presidente eleito para um segundo mandato, interveio diretamente. Sua insistência em transferir o evento para a capital americana foi atendida, transformando o Kennedy Center – um ícone cultural inaugurado em 1971 e dedicado às artes performáticas – no palco principal. Essa escolha não é mero capricho: Washington simboliza poder e tradição, alinhando-se à narrativa de Trump de restaurar a grandeza americana.

Especialistas em eventos esportivos apontam que essa mudança pode elevar o perfil político da Copa, especialmente em um ano eleitoral nos EUA. A FIFA, ciente do impacto midiático, aceitou a sugestão para fortalecer laços com o governo entrante, garantindo maior visibilidade ao torneio.

A Presença de Trump e Seus Simbolismos Culturais

Donald Trump não será apenas um convidado de honra; sua presença é o fio condutor de uma programação que mescla esporte, música e política. Conhecido por sua habilidade em transformar eventos em palcos pessoais, Trump usou sua influência para moldar o sorteio como uma extensão de sua campanha "Make America Great Again".

Uma das atrações mais notáveis é a performance do grupo Village People, ícones da disco music dos anos 1970. Eles apresentarão seu hit "Y.M.C.A.", uma música que se tornou hino não oficial nos comícios de Trump, com o público formando as letras icônicas com os braços. O grupo já se apresentou na cerimônia de posse de Trump em janeiro de 2025, reforçando laços culturais que datam da era Reagan. Essa escolha musical não é aleatória: "Y.M.C.A." evoca nostalgia americana, comunidade e diversão, temas caros à base eleitoral de Trump.

  • Impacto cultural: A música disco, outrora marginalizada, ganha nova vida em contextos políticos, ilustrando como o entretenimento serve à narrativa populista.
  • Conexão com o esporte: Village People já performou em eventos esportivos, como Super Bowls, unindo o apelo pop ao fervor dos fãs de futebol.
  • Críticas: Nem todos aplaudem; ativistas LGBTQ+ questionam o uso da música por Trump, dada sua origem na cultura queer.
Donald Trump e Village People em evento político

Implicações para o Futebol Global e a Política Americana

O sorteio de 2026 vai além de definir grupos equilibrados – com potes baseados em rankings FIFA e critérios geográficos para evitar confrontos precoces entre vizinhos. Ele destaca como o futebol, esporte universal, se entrelaça com agendas nacionais. Nos EUA, onde o soccer ainda luta por popularidade em comparação ao futebol americano ou basquete, a presença de Trump pode impulsionar o interesse, especialmente entre sua base conservadora.

Analistas culturais observam que eventos como esse reforçam a "americanização" do futebol global, com toques de showbiz hollywoodiano. A FIFA, sob pressão de patrocinadores, equilibra tradição esportiva com apelo midiático, mas arrisca polarizações. Países como Brasil e Argentina, potências futebolísticas, verão o sorteio como um momento de expectativa, mas também de ceticismo ante influências externas.

Além disso, a escolha de Washington pode abrir portas para futuras colaborações entre esporte e governo, potencializando investimentos em infraestrutura esportiva nos EUA.

Ícone cultural da VEJA

Conclusão: Um Sorteio que Transcende o Esporte

O sorteio da Copa do Mundo de 2026 no Kennedy Center não é apenas sobre bolas na rede futuras, mas um reflexo da interseção entre cultura pop, política e esporte. Com Donald Trump no centro, o evento encapsula a era Trump 2.0: audacioso, nostálgico e divisivo. Enquanto as seleções descobrem seus destinos, o mundo assistirá a um espetáculo que celebra a América em sua forma mais performática. Resta saber se essa influência impulsionará o futebol global ou apenas ecoará os hinos de comícios passados. Uma coisa é certa: em 2026, o gramado será palco de mais do que gols.

Categorias:Cultura

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