
Desespero em Bondi: Brasileiros Relatam o Horror do Ataque Terrorista na Austrália Durante o Hanukkah
Em um dia que prometia celebração e alegria, o calçadão de Bondi, na Austrália, transformou-se em cena de pânico absoluto. No último domingo, durante...
Em um dia que prometia celebração e alegria, o calçadão de Bondi, na Austrália, transformou-se em cena de pânico absoluto. No último domingo, durante as comemorações do festival judaico de Hanukkah, um ataque terrorista chocou o mundo, deixando 15 mortos e mais de 40 feridos. O programa Fantástico, da TV Globo, trouxe relatos emocionantes de brasileiros que testemunharam o caos de perto. Entre tiros, correria e atos de heroísmo, essas histórias revelam o desespero humano diante da violência inesperada. Este artigo resgata os depoimentos exclusivos e destaca o papel de um compatriota que se tornou salvador no meio da tragédia.

Relatos de Testemunhas: O Início do Pesadelo
O gaúcho Gabriel Estevan Parisotto, músico de Porto Alegre, passeava pelo calçadão ensolarado quando o horror começou. "Estava um dia muito bonito. Eu estava conversando com uma amiga quando escutei dois tiros. Acho que foram as primeiras mortes, quando atacaram o casal", relatou ele ao Fantástico. Em instantes, o cenário idílico deu lugar ao caos: pessoas pulando grades, se jogando no chão e correndo em desespero para escapar dos disparos.
Não longe dali, a paulista Júlia Nagy, cuidadora de 28 anos, também vivenciou o terror. "Comecei a ouvir tiros vindo de trás e corri para o sentido contrário. Quando me senti mais segura, comecei a gravar", contou. Seus vídeos, capturados em meio ao pânico, mostram corpos caídos no gramado e o som incessante de tiros ao fundo. As imagens, reproduzidas pela TV Globo, capturam a essência do medo: famílias separadas, crianças chorando e o cheiro de pólvora no ar. Esses relatos não só humanizam a tragédia, mas também ilustram como o ataque interrompeu uma celebração pacífica, transformando um evento cultural em luto coletivo.
O Heroísmo de Mendy Eskinazi: Um Brasileiro no Front das Vidas Salvas
Entre os heróis anônimos que emergiram do caos, destaca-se Mendy Eskinazi, brasileiro judeu e paramédico socorrista. Atrasado para a festa de Hanukkah, ele chegou ao local momentos após o início do ataque e se tornou o segundo paramédico a atuar na cena. "Assim que eu entrei, tive uns 30 segundos para fazer um 360 e entender o que estava acontecendo. Eram corpos um do lado do outro, carrinhos de bebê com sangue", descreveu Mendy, com a voz embargada.
Apesar do horror, Mendy prestou socorro a pelo menos oito vítimas. Uma delas foi Yankee, o único socorrista já presente na festa, que levou dois tiros nas costas. "Em poucos minutos chegou meu brasileiro favorito, o Mendy", brincou Yankee, grato pela intervenção rápida. Mendy também tentou reanimar o rabino Eli Schlanger, uma das vítimas fatais. "Infelizmente, o estrago foi muito grande", lamentou o paramédico, que usou suas habilidades treinadas para estabilizar feridos em meio ao tiroteio contínuo.

Contexto do Ataque e Resposta das Autoridades
O ataque ocorreu em pleno festival de Hanukkah, uma das celebrações mais alegres do calendário judaico, que marca a rededicação do Templo de Jerusalém. Autoridades australianas classificaram o incidente como terrorismo, com investigações apontando para motivações extremistas. Os agressores, armados com rifles e explosivos, visaram o evento público, exacerbando o impacto psicológico na comunidade judaica local e global.
A resposta foi imediata: polícia e serviços de emergência isolaram a área, enquanto hospitais trataram os feridos. O primeiro-ministro australiano expressou solidariedade, prometendo justiça. Para os brasileiros envolvidos, como Gabriel, Júlia e Mendy, o episódio reforça a fragilidade da paz em um mundo volátil. Relatos como esses, além de sensibilizar, servem como alerta para a importância da vigilância em eventos públicos.
Em conclusão, os depoimentos dos brasileiros em Bondi não são apenas histórias de sobrevivência, mas testemunhos de resiliência humana. Enquanto o mundo chora as perdas e busca respostas, atos como o de Mendy Eskinazi lembram que, mesmo no desespero, a solidariedade pode brilhar. Este trágico evento urge uma reflexão global sobre segurança e tolerância, honrando as vítimas com ações concretas contra o ódio.





