Em um caso chocante que abalou a comunidade de Salvador, na Bahia, um homem de 30 anos foi preso em flagrante na quinta-feira, 4 de julho, acusado de tentar estuprar uma médica durante um atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS) Sérgio Arouca, no bairro de Paripe. O incidente, que ocorreu em pleno horário de consulta, destaca os riscos enfrentados por profissionais de saúde no dia a dia, especialmente em unidades públicas. A rápida intervenção de colegas da vítima evitou um desfecho ainda mais grave, e o suspeito agora responde à Justiça.

Segundo relatos da Polícia Civil da Bahia, o homem, que se apresentava como paciente, aproveitou um momento de vulnerabilidade durante a consulta para avançar sobre a profissional. A médica, conhecida por seu compromisso com a comunidade local, foi surpreendida pelo agressor, mas funcionários da UBS agiram imediatamente, contendo o homem até a chegada da polícia. O episódio reforça a necessidade urgente de medidas de proteção em ambientes de saúde, onde a confiança entre paciente e profissional é essencial, mas pode ser explorada de forma criminosa.

Detalhes do Incidente e Primeiros Socorros

O ataque aconteceu por volta das 14h, em uma das salas de consulta da UBS Sérgio Arouca, uma unidade que atende milhares de moradores do bairro de Paripe há décadas. A médica, que não teve sua identidade revelada para preservar sua privacidade, estava realizando um procedimento rotineiro quando o suspeito, identificado apenas como um homem de 30 anos sem antecedentes criminais conhecidos, tentou forçá-la sexualmente. Testemunhas oculares descreveram a cena como aterrorizante, com gritos ecoando pela unidade e alertando outros servidores.

Imediatamente, dois auxiliares de enfermagem e um técnico de saúde intervieram, imobilizando o agressor com o auxílio de objetos improvisados para contenção. A vítima sofreu lesões leves, como arranhões e hematomas, mas recebeu atendimento psicológico imediato no local. A Polícia Militar foi acionada e chegou em menos de 10 minutos, efetuando a prisão em flagrante. O caso foi registrado como tentativa de estupro, previsto no artigo 213 do Código Penal Brasileiro, com pena que pode variar de 6 a 12 anos de reclusão.

Resposta das Autoridades e Apoio à Vítima

A Polícia Civil da Bahia encaminhou o suspeito ao Instituto Médico Legal (IML) para realização de exames de lesão corporal, embora ele não apresentasse ferimentos graves. Após os procedimentos, o homem foi levado à Delegacia de Furtos e Roubos, onde prestou depoimento. Investigadores indicam que o agressor pode ter um histórico de problemas mentais não diagnosticados, mas isso será apurado em laudos periciais. Atualmente, ele está à disposição da Justiça, aguardando audiência de custódia.

A Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) emitiu uma nota oficial repudiando veementemente o ato de violência e assédio sexual. A pasta lamentou o episódio e destacou o apoio integral à profissional afetada, incluindo encaminhamento para exame de corpo de delito na Central de Flagrantes e suporte psicológico contínuo. "A UBS Sérgio Arouca, em suas décadas de funcionamento, nunca havia registrado um incidente semelhante, o que torna esse caso ainda mais impactante para toda a equipe", afirmou a nota.

Além disso, a SMS garantiu que a médica será afastada temporariamente de suas funções para recuperação, com remuneração integral preservada. A unidade também prestou assistência administrativa, como orientação jurídica, para que a servidora possa processar o agressor civil e criminalmente.

Medidas de Segurança e Prevenção Futura

Em resposta ao incidente, a SMS anunciou uma revisão imediata dos protocolos de segurança em todas as UBS de Salvador. Entre as ações, está a instalação de câmeras de vigilância e alarmes de pânico em pontos estratégicos da unidade Sérgio Arouca. Até a conclusão das obras, que devem ocorrer em até 30 dias, a área receberá policiamento ostensivo 24 horas por dia, com viaturas da PM estacionadas no entorno.

• Instalação de câmeras CCTV: Cobertura total das salas de consulta e corredores.
• Alarmes de emergência: Botões de pânico conectados diretamente à polícia.
• Treinamentos: Capacitação para toda a equipe em situações de risco e contenção não violenta.

Especialistas em saúde pública apontam que casos como esse não são isolados no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 70% das profissionais de enfermagem relatam assédio em algum momento da carreira. A iniciativa da SMS é vista como um passo positivo, mas defensores de direitos humanos cobram ações mais amplas, como legislação específica para proteção de trabalhadores da saúde.

Em conclusão, o caso na UBS Sérgio Arouca serve como um alerta grave para a sociedade sobre a violência de gênero no ambiente de trabalho, especialmente no setor de saúde. Embora a prisão do agressor traga algum alívio, é fundamental que medidas preventivas sejam implementadas em escala nacional para proteger aqueles que dedicam suas vidas ao cuidado dos outros. A recuperação da médica e a justiça para o crime são prioridades, mas o foco deve se voltar para um futuro mais seguro para todos os profissionais de saúde. Este episódio, embora trágico, pode catalisar mudanças positivas na proteção de quem está na linha de frente da assistência pública.