Em um final de temporada eletrizante, o Grande Prêmio de Abu Dhabi da Fórmula 1, disputado neste domingo (7), coroou Lando Norris como o novo campeão mundial. Apesar de Max Verstappen cruzar a linha de chegada em primeiro lugar, o britânico da McLaren garantiu o título com uma terceira posição estratégica, superando o holandês por apenas dois pontos na classificação geral. Essa virada dramática marcou o fim de uma era de domínio da Red Bull e destacou a resiliência da equipe de Woking. Oscar Piastri, companheiro de Norris, terminou em segundo e fechou o ano em terceiro no campeonato, consolidando a força da McLaren.

A Corrida Intensa no Circuito de Yas Marina

A disputa em Abu Dhabi começou com alta tensão desde a largada. Oscar Piastri, largando da pole position, manteve a liderança inicial, mas foi superado por Max Verstappen na curva 9 da primeira volta, em uma manobra ousada por fora. Lando Norris, que precisava de um pódio para assegurar o título, caiu para terceiro após ser ultrapassado pelo australiano, com Charles Leclerc da Ferrari pressionando logo atrás, a menos de um segundo de distância.

A estratégia de pit stops se tornou crucial. Norris optou por uma parada precoce na volta 17, o que o jogou no tráfego da pista. O britânico demonstrou habilidade ao realizar uma ultrapassagem dupla sobre Lance Stroll e Liam Lawson, recuperando posições preciosas. Mais adiante, um incidente com Yuki Tsunoda complicou sua jornada: o japonês da RB tentou bloquear Norris, espremendo a McLaren para fora da pista. Ambos foram investigados pela direção de prova, resultando em uma punição para Tsunoda, que perdeu posições. Verstappen, por sua vez, administrou a liderança com maestria, retomando o primeiro lugar após os pits da McLaren e cruzando a meta com folga.

O circuito de Yas Marina, com suas curvas técnicas e retas longas, testou os limites dos pilotos e das equipes. A prova foi marcada por um ritmo frenético, com várias batalhas roda a roda que mantiveram os torcedores grudados nas telas.

A Emoção do Primeiro Título de Norris

Visivelmente emocionado ao receber a bandeira xadrez, Lando Norris não conteve as lágrimas no pódio. Em sua entrevista pós-corrida, o piloto de 25 anos agradeceu à família e à equipe: “Essa foi uma jornada incrível. Obrigado à minha mãe, ao meu pai e a todos que estiveram comigo desde o início. Não estou chorando!”, brincou, enxugando os olhos. “Eu posso soar como um perdedor agora, mas entendo como Max se sente. Parabéns a ele e ao Oscar. Nós conseguimos, e tenho imenso orgulho da McLaren.”

Com essa vitória no campeonato, Norris soma seu primeiro título mundial, encerrando uma sequência de três conquistas consecutivas de Verstappen. A diferença mínima de dois pontos reflete uma temporada equilibrada, onde a McLaren superou desafios técnicos para brigar pelo topo. Piastri, com chances matemáticas até Abu Dhabi, garantiu o vice-campeonato e pavimentou o caminho para duelos internos na próxima temporada.

Desempenho Brasileiro e o Fim da Era Técnica

Entre os brasileiros, Gabriel Bortoleto encerrou sua temporada de estreia com chave de ouro relativa, terminando em 12º lugar. O jovem piloto da Sauber acumulou 19 pontos ao longo do ano, com cinco chegadas no top-10, mostrando potencial em um carro de meio de pelotão. Em Abu Dhabi, Bortoleto largou em sétimo e manteve um ritmo competitivo por boa parte da corrida, duelando próximo a Fernando Alonso da Aston Martin. No entanto, falhas aerodinâmicas recorrentes no modelo da Sauber — um problema crônico do regulamento técnico atual — o fizeram cair no pelotão nas voltas finais.

Essas questões técnicas marcam o adeus ao atual ciclo de regras, que termina em 2025. A partir de 2026, uma nova geração de carros e motores promete maior sustentabilidade e equilíbrio, com híbridos mais eficientes e aerodinâmica ativa. Bortoleto, aos 20 anos, representa a esperança brasileira para essa transição, após uma estreia sólida que inclui aprendizados valiosos contra veteranos como Alonso.

Um Novo Capítulo na História da F1

O GP de Abu Dhabi não foi apenas o fechamento de uma temporada, mas o início de uma nova era na Fórmula 1. Com Norris no topo, a McLaren retoma o protagonismo perdido há mais de uma década, enquanto Verstappen e Piastri prometem rivalidades acirradas. Para o Brasil, o desempenho de Bortoleto sinaliza um futuro promissor em meio às mudanças regulatórias. Essa corrida épica reforça o apelo global do esporte, unindo emoção, estratégia e superação em um espetáculo inesquecível.