/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/c/B/UlwpAuQgGe1QCUcEftjw/papa-leao-xiv-missa-natal.jpg)
Papa Leão XIV: Negar ajuda aos pobres é rejeitar Deus
Em uma celebração marcante na véspera de Natal, o Papa Leão XIV, em sua primeira Missa do Galo como líder da Igreja Católica, conclamou os fiéis a ref...
Em uma celebração marcante na véspera de Natal, o Papa Leão XIV, em sua primeira Missa do Galo como líder da Igreja Católica, conclamou os fiéis a refletirem sobre a essência do nascimento de Jesus. Diante de milhares de devotos na Basílica de São Pedro, o pontífice norte-americano enfatizou que recusar auxílio aos pobres e aos imigrantes é, na verdade, uma forma de negar a presença divina. Essa mensagem ressoa especialmente em um mundo marcado por desigualdades e tensões migratórias, convidando os 1,4 bilhão de católicos a uma ação concreta de solidariedade.
A Mensagem Central da Missa do Galo
Durante a solenidade desta quarta-feira (24), o Papa Leão XIV destacou o nascimento de Jesus em um humilde estábulo como um símbolo poderoso de inclusão. "Na Terra, não há lugar para Deus se não há lugar para a pessoa humana. Recusar um é recusar o outro", proclamou o papa, com voz firme e inspiradora. Ele lembrou que o Menino Deus, rejeitado pelas hospedarias, revela a dignidade inerente a cada ser humano, independentemente de sua origem ou condição social.
O pontífice, aos 70 anos, teceu críticas sutis à economia global que transforma pessoas em mercadorias. Citando o falecido Papa Bento XVI, Leão XIV lamentou a indiferença do mundo em relação às crianças, aos pobres e aos estrangeiros. "Enquanto uma economia distorcida nos leva a tratar os seres humanos como mera mercadoria, Deus se torna como nós, revelando a dignidade infinita de cada pessoa", afirmou. Essa reflexão não só evoca os Evangelhos, mas também dialoga com desafios contemporâneos, como a crise migratória e a pobreza extrema que afetam milhões ao redor do globo.
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/c/B/UlwpAuQgGe1QCUcEftjw/papa-leao-xiv-missa-natal.jpg)
O Início de Pontificado e Temas Prioritários
Eleito em maio de 2025 para suceder o Papa Francisco (1936-2025), Leão XIV é o primeiro papa nascido nos Estados Unidos, trazendo uma perspectiva fresca influenciada por sua origem em um país de imigrantes. Desde o início de seu pontificado, o cuidado com os vulneráveis tem sido o eixo central de suas ações e discursos. Ele já criticou abertamente políticas migratórias polarizadoras, como as implementadas pelo presidente Donald Trump, defendendo uma abordagem humanitária e compassiva.
Em sua homilia natalina, o papa reforçou: "Onde há lugar para a pessoa humana, há lugar para Deus. Até mesmo um estábulo pode se tornar mais sagrado do que um templo." Essa visão alinha-se à tradição franciscana de simplicidade e serviço aos marginalizados, mas ganha contornos modernos ao abordar questões como a globalização e as mudanças climáticas, que exacerbam a pobreza. Leão XIV também invocou a encíclica Laudato Si' de Francisco, ligando a proteção ao meio ambiente à justiça social.
A Celebração Sob a Chuva em Roma
A Missa do Galo atraiu cerca de 6 mil fiéis dentro da Basílica de São Pedro, com outros 5 mil acompanhando por telões na Praça de São Pedro, apesar de uma forte chuva que os obrigou a usar guarda-chuvas e capas impermeáveis. O papa, demonstrando proximidade, saiu para saudar o público externo antes do início da celebração. "Eu admiro, respeito e agradeço a vocês pela coragem e pela vontade de estar aqui esta noite", disse ele, acenando e abençoando a multidão encharcada.
O evento foi transmitido ao vivo para o mundo todo, alcançando católicos em continentes diversos. A presença de cardeais, bispos e leigos de várias nações sublinhou a universalidade da mensagem. Além da liturgia tradicional, com cânticos natalinos e a proclamação do Evangelho, a missa incluiu momentos de silêncio meditativo, convidando os presentes a uma introspecção sobre sua própria responsabilidade social.

Essa primeira celebração natalina de Leão XIV não foi apenas um rito religioso, mas um chamado à ação. Em um ano de transições globais, o papa posiciona a Igreja como voz profética contra a indiferença, inspirando fiéis a transformarem o espírito do Natal em práticas cotidianas de acolhida e generosidade. Assim, o nascimento em Belém ganha relevância eterna, lembrando que a verdadeira presença de Deus se manifesta no cuidado com o próximo.





