Em um caso chocante de violência doméstica, a Polícia Civil de São Paulo intensificou as buscas por Bruno Lopes Barreto, de 36 anos, acusado de tentar matar sua ex-companheira, Evelin de Souza Saraiva, a tiros dentro de uma pastelaria onde ela trabalhava. O crime, registrado como tentativa de feminicídio, ocorreu na manhã de segunda-feira (1º) no bairro Jardim Fontalis, na Zona Norte da capital paulista. As imagens de câmeras de segurança capturaram o momento aterrorizante, expondo a brutalidade do ataque motivado por ciúmes. A vítima luta pela vida na UTI, enquanto as autoridades pedem ajuda da população para localizar o fugitivo.

Detalhes do Ataque e o Momento do Crime

O incidente aconteceu por volta das 9h, quando Bruno invadiu a pastelaria e se aproximou de Evelin enquanto ela atendia clientes. De acordo com as imagens divulgadas pela polícia, o agressor repetiu insistentemente: "Você não vai sair?", referindo-se ao novo relacionamento da vítima. Ao receber uma negativa, ele sacou duas armas de fogo e disparou seis tiros contra ela. Testemunhas relataram pânico generalizado no local, com clientes e funcionários se protegendo como podiam.

Imediatamente após o ataque, Bruno fugiu em uma motocicleta, deixando para trás o caos e o desespero. A vítima, atingida por múltiplos disparos, foi resgatada pelo helicóptero Águia da Polícia Militar e encaminhada ao Hospital das Clínicas. Ela passou por cirurgia de emergência e permanece na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com quadro clínico delicado. Médicos informam que sua recuperação depende de evoluções nas próximas horas, mas o prognóstico ainda é reservado.

Histórico de Violência e Motivação do Crime

A família de Evelin revelou à TV Globo detalhes perturbadores sobre o relacionamento abusivo que durou cerca de três anos. Bruno, que já cumpria pena por crimes anteriores, era conhecido por seu temperamento violento. Após o término, ele não aceitou a separação e começou a ameaçar a ex-companheira de morte, especialmente ao descobrir seu novo namoro. "Ele não suportava vê-la feliz", relatou um familiar, destacando o padrão de controle e ciúmes excessivos que marcaram a união.

Evelin havia conseguido um emprego na pastelaria há apenas cinco meses, buscando reconstruir a vida longe da violência. No entanto, o agressor rastreou seu local de trabalho, planejando o ataque com frieza. Especialistas em violência de gênero apontam que casos como esse são comuns em contextos de feminicídio, onde o agressor vê a vítima como posse. A polícia investiga se Bruno tinha acesso às armas de forma legal ou ilegal, o que pode agravar as acusações contra ele.

• Motivação principal: Ciúmes do novo relacionamento de Evelin.
• Antecedentes: Histórico de violência e cumprimento de pena prévio.
• Ameaças: Múltiplas advertências de morte ignoradas pela vítima por medo.

Investigação Policial e Apelo por Captura

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo confirmou que o caso está sob investigação do 73º Distrito Policial (Jaçanã), com perícia técnica acionada para analisar as armas, projéteis e o local do crime. Um pedido de prisão temporária foi encaminhado à Justiça, e a foto de Bruno foi divulgada para facilitar sua identificação. Até o momento, ele permanece foragido, e a polícia alerta que qualquer informação sobre seu paradeiro deve ser repassada anonimamente pelo Disque Denúncia (181).

A defesa do suspeito não foi localizada para se manifestar. Autoridades reforçam que o crime configura tentativa de feminicídio, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão se ele for condenado. Delegados envolvidos no caso enfatizam a importância de denunciar ameaças precocemente para prevenir tragédias semelhantes.

Este episódio reacende o debate sobre a violência contra a mulher no Brasil, onde dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indicam milhares de casos anuais. A recuperação de Evelin e a captura de Bruno representam não apenas justiça individual, mas um passo crucial na luta contra o feminicídio. Comunidades e autoridades unem forças para que histórias como essa não se repitam, promovendo apoio às vítimas e punição rigorosa aos agressores.