
ROUTINE: Uma Jornada de Terror Espacial Inspirada nos Clássicos dos Anos 1980 | Review
Em um ano marcado por lançamentos excepcionais no gênero de terror de sobrevivência, 2025 se encerra com um destaque imperdível: ROUTINE, o aguardado...
Em um ano marcado por lançamentos excepcionais no gênero de terror de sobrevivência, 2025 se encerra com um destaque imperdível: ROUTINE, o aguardado título da Lunar Software. Após mais de uma década de desenvolvimento, repleto de desafios e reviravoltas, o jogo finalmente chega ao público, entregando uma experiência que honra os clássicos do terror de ficção científica dos anos 1980. Com referências diretas a obras como Aliens e Dead Space, ROUTINE combina sustos calculados, quebra-cabeças inteligentes reminiscentes de Resident Evil e uma narrativa abstrata que prende o jogador do início ao fim. Esta review explora como o jogo transforma uma estação lunar abandonada em um pesadelo inesquecível.

Desenvolvimento e Contexto Histórico
O caminho até o lançamento de ROUTINE foi tão tortuoso quanto os corredores de sua estação espacial. Iniciado em meados dos anos 2010 pela Lunar Software, um estúdio independente sueco, o projeto enfrentou atrasos devido a mudanças em engines de jogo e refinamentos na atmosfera única que define o título. Inicialmente anunciado como um protótipo em 2014, o jogo passou por várias fases de testes, com demos que impressionaram pela fidelidade visual à era dos anos 1980. Essa longevidade no desenvolvimento permitiu que a equipe incorporasse influências de filmes e jogos clássicos, como o design de naves espaciais de Event Horizon e a tensão crescente de Outlast.
Para os fãs de terror, ROUTINE representa um retorno às raízes do gênero, onde o desconhecido no espaço profundo evoca medos primordiais. Diferente de produções modernas que priorizam gráficos hiper-realistas, o jogo adota um estilo retrô com texturas pixeladas e iluminação low-poly, evocando o charme dos arcades e consoles da época. Essa escolha não é mero capricho estilístico, mas uma ferramenta essencial para imersão, fazendo com que cada sombra pareça uma ameaça iminente.
Narrativa e Jogabilidade: Uma Trama que Instiga o Mistério
No cerne de ROUTINE está a história de John Cooper, um astronauta que desperta desorientado em uma base lunar isolada. Sem contato com a Terra e sem aliados à vista, ele conta apenas com o C.A.T. (Cosmonaut Assistance Tool), uma ferramenta multifuncional que serve como scanner, comunicador e arma improvisada. A narrativa se desenrola de forma não linear, com logs de áudio, diários digitais e pistas ambientais que revelam gradualmente uma conspiração envolvendo experimentos falhos e entidades alienígenas.
A jogabilidade equilibra exploração, puzzles e survival horror de maneira brilhante. Os quebra-cabeças, inspirados em Resident Evil, exigem que o jogador combine itens e resolva enigmas lógicos sob pressão, como reprogramar robôs defeituosos ou decifrar códigos de segurança. Embora alguns controles possam parecer pouco intuitivos no início — especialmente a navegação em gravidade zero —, o tutorial integrado ajuda a ambientar o jogador rapidamente. O foco não está em combates intensos, mas em stealth e fuga, onde decisões erradas levam a encontros fatais com criaturas horrendas ou máquinas enlouquecidas.
- Exploração livre: Corredores labirínticos incentivam a curiosidade, recompensando com lore profundo.
- Sons imersivos: Efeitos auditivos, como ecos distantes e respirações ofegantes, constroem tensão sem revelar perigos.
- Escolhas morais: Algumas decisões afetam o final, adicionando replayability.
Elementos de Terror: Atmosfera e Sustos Inesquecíveis
O que eleva ROUTINE acima da média é seu terror atmosférico, com toques psicológicos que exploram o isolamento cósmico. O jogo inicia de forma calma, permitindo que o jogador se acostume ao ambiente estéril da Lua, mas logo introduz elementos perturbadores: iluminação tremeluzente, filtros visuais que distorcem a realidade e uma trilha sonora minimalista que amplifica o silêncio opressivo. Sustos são raros, mas impactantes — robôs com programação corrompida surgem de cantos inesperados, e uma criatura sombria patrulha os dutos de ventilação, forçando o jogador a questionar cada movimento.
Diferente de jogos que dependem de jump scares excessivos, ROUTINE constrói pavor através da sugestão. A narrativa abstrata deixa lacunas intencionais, instigando teorias sobre o que realmente aconteceu na estação. Essa abordagem psicológica, combinada com mecânicas de escassez de recursos, cria uma aflição constante, tornando o jogo ideal para sessões noturnas em fones de ouvido.
Conclusão: Um Marco no Terror Moderno
ROUTINE não é apenas um jogo; é uma homenagem vibrante aos anos 1980 que transcende o tempo, oferecendo uma jornada de terror que equilibra nostalgia e inovação. Apesar de alguns tropeços na intuitividade inicial, sua narrativa cadenciada, puzzles envolventes e atmosfera sufocante garantem horas de tensão memorável. Para entusiastas do gênero, este título é obrigatório, provando que o desenvolvimento demorado pode resultar em uma obra-prima. Se você busca um pesadelo espacial autêntico, ROUTINE entrega sem piedade — prepare-se para não dormir depois de jogar.





