
Toffoli determina acareação entre dono do Banco Master, diretor do BC e ex-presidente do BRB em data inusitada
Em uma decisão que destaca a agilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) mesmo durante o recesso judiciário, o ministro Dias Toffoli ordenou a realiza...
Em uma decisão que destaca a agilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) mesmo durante o recesso judiciário, o ministro Dias Toffoli ordenou a realização de uma acareação entre três figuras centrais em uma investigação de fraude bilionária. A audiência, marcada para o penúltimo dia de 2025, promete esclarecer contradições em uma operação suspeita envolvendo a venda de um banco e uma suposta carteira de créditos fictícia. Essa medida reforça o compromisso do Judiciário em combater irregularidades no setor financeiro brasileiro, em meio a um ano turbulento para o sistema bancário.

Contexto da Investigação: Fraude na Venda do Banco Master
A investigação em curso no STF, sob relatoria de Toffoli, apura supostas fraudes na negociação para a aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). De acordo com a Polícia Federal (PF), a operação envolveria uma carteira falsa de créditos avaliada em R$ 12,2 bilhões, o que poderia comprometer a estabilidade financeira de instituições públicas e privadas. Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, é apontado como o principal articulador da venda, enquanto Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, teria avalizado a transação sob suspeitas de irregularidades.
O Banco Central (BC), por meio de seu diretor de Fiscalização, Ailton de Aquino, exercia o papel regulador, responsável por verificar a lisura do negócio. No entanto, divergências entre os depoimentos desses envolvidos geraram dúvidas sobre a conduta de cada parte. A PF identificou indícios de manipulação de documentos e superfaturamento, o que poderia configurar crimes como lavagem de dinheiro e corrupção. Essa apuração faz parte de um processo sigiloso no STF, iniciado a partir de representações da autoridade monetária e da própria PF.
Detalhes da Acareação Ordenada por Toffoli
A acareação, uma ferramenta processual que confronta depoimentos contraditórios para extrair a verdade, foi determinada diretamente pelo ministro Toffoli, sem solicitação prévia dos investigadores da PF. A audiência está agendada para 30 de dezembro de 2025, às 14h, em pleno recesso do Judiciário, o que demonstra a urgência atribuída ao caso. Essa data inusitada, penúltimo dia do ano, pode ser estratégica para evitar dilapidação de provas ou influência externa durante as festas de fim de ano.
Os três convocados – Vorcaro, Aquino e Costa – prestarão esclarecimentos de forma conjunta, permitindo que o relator observe interações e inconsistências ao vivo. Interlocutores do STF destacam que o objetivo é esclarecer os papéis distintos: Vorcaro na prospecção da venda, a cúpula do BRB na aprovação e o BC na supervisão. A decisão foi noticiada inicialmente pelo site Poder360 e confirmada por fontes próximas ao tribunal à Folha de S.Paulo.

Reações e Implicações para o Setor Financeiro
O Banco Central, ao ser procurado, optou por não se manifestar sobre o assunto, adotando uma postura de reserva típica em investigações em andamento. No entanto, fontes internas revelam que Ailton de Aquino recebeu a convocação com naturalidade, colocando-se à disposição para colaborar. Advogados que acompanham o caso externamente apontam que a acareação pode ser um turning point, potencialmente revelando falhas na fiscalização bancária e na governança corporativa.
- Impacto no BRB: Como banco controlado pelo governo do Distrito Federal, qualquer irregularidade pode gerar escândalos políticos e prejuízos aos cofres públicos.
- Desafios regulatórios: O episódio questiona a eficácia do BC em prevenir fraudes em fusões e aquisições no setor.
- Perspectivas judiciais: Dependendo dos depoimentos, o caso pode evoluir para indiciamentos ou até anulação da operação.
Especialistas em direito financeiro enfatizam que casos como esse reforçam a necessidade de reformas na regulação bancária, especialmente após escândalos recentes no Brasil, como os envolvendo criptomoedas e cooperativas de crédito.

Conclusão: Um Passo Crucial na Busca pela Transparência
A determinação de Toffoli para a acareação representa um avanço significativo na elucidação de uma das maiores suspeitas de fraude no setor bancário brasileiro recente. Ao programar a audiência em data atípica, o STF sinaliza intolerância a manobras protelatórias, priorizando a integridade do sistema financeiro. Os desdobramentos dessa sessão poderão não só punir os responsáveis, mas também inspirar maior vigilância em transações futuras, protegendo investidores e a economia nacional. Enquanto o recesso se aproxima, o caso permanece como lembrete de que a justiça não para, mesmo nos dias de celebração.





