Uma tragédia chocou a Grande Florianópolis nesta terça-feira (9), quando um casal de estrangeiros e sua bebê de cinco meses perderam a vida após o carro em que viajavam ser arrastado pela forte correnteza provocada pelas chuvas intensas em Palhoça. O incidente, ocorrido em meio à passagem de um ciclone extratropical pelo Sul do Brasil, destaca os perigos das condições climáticas extremas e a vulnerabilidade de famílias em áreas urbanas afetadas por alagamentos. As vítimas, que construíam uma nova vida no país, deixam um vazio na comunidade local de corretores de imóveis.

Quem Eram as Vítimas e Sua Vida no Brasil

O casal era formado por Mackendy Bernard, de 32 anos, natural do Haiti, e Michelaine Francique, originária da República Dominicana, cuja idade não foi divulgada. Eles estavam juntos desde 2023 e haviam se mudado recentemente para o bairro São Sebastião, em Palhoça, onde administravam imobiliárias na região. Como corretores de imóveis, o casal compartilhava nas redes sociais momentos profissionais e pessoais, incluindo fotos com clientes e registros felizes ao lado da filha de apenas cinco meses.

A família representava o sonho de muitos imigrantes: uma vida estável e próspera em um novo país. Mackendy e Michelaine postavam conquistas como vendas de imóveis e dicas para compradores, demonstrando dedicação ao trabalho. Sua presença nas redes sociais revelava uma rotina equilibrada, com ênfase na família e na integração à comunidade brasileira. A mudança para Santa Catarina foi motivada por oportunidades no setor imobiliário, que floresce na área metropolitana de Florianópolis.

O Acidente e as Circunstâncias da Enchente

O trágico acidente aconteceu quando a família tentava atravessar uma área alagada próxima a um viaduto no bairro São Sebastião. Dirigindo uma Land Rover, o veículo foi surpreendido pela força da água, que o arrastou para debaixo do Contorno Viário da Grande Florianópolis. Um vídeo circulante nas redes sociais capturou o momento exato em que o carro é levado pela correnteza, ilustrando a violência das águas.

A Polícia Militar confirmou a morte do casal e da bebê no local. As fortes chuvas foram intensificadas pela passagem de um ciclone extratropical, que causou instabilidade em todo o Sul do país. Em Santa Catarina, o fenômeno resultou em mais de 22,5 mil unidades sem energia elétrica, além da suspensão de aulas em diversas cidades pelo Governo do Estado, UFSC e municípios afetados. Palhoça, como parte da região metropolitana, sofreu com alagamentos generalizados, transformando ruas em rios e expondo falhas em infraestruturas de drenagem.

Especialistas em meteorologia alertam que eventos como esse se tornarão mais frequentes devido às mudanças climáticas, enfatizando a necessidade de planejamento urbano resiliente. No caso específico, o viaduto mencionado é uma via crítica, e autoridades locais já discutem melhorias para prevenir futuros incidentes.

Repercussão na Comunidade e Resposta das Imobiliárias

A notícia da morte da família gerou comoção imediata. A imobiliária onde o casal trabalhava emitiu uma nota oficial confirmando a tragédia e anunciando a suspensão temporária de atividades. "Neste momento de luto e recolhimento, pedimos a compreensão de todos. Os compromissos e atendimentos serão temporariamente suspensos", declarou a empresa, expressando solidariedade aos familiares e amigos.

Nas redes sociais, clientes e conhecidos prestaram homenagens, compartilhando memórias dos corretores dedicados. A história do casal haitiano-dominicano ressalta os desafios enfrentados por imigrantes, que muitas vezes constroem raízes profundas em poucos anos. Organizações de apoio a estrangeiros em Santa Catarina já se mobilizam para auxiliar na repatriação dos corpos e oferecer suporte psicológico à comunidade.

• Impactos do Ciclone: Mais de 22 mil residências sem luz em SC.
• Suspensões: Aulas canceladas em Florianópolis e região.
• Prevenção: Autoridades recomendam evitar áreas alagadas durante chuvas intensas.

Conclusão: Lições de uma Tragédia Evitável

A perda de Mackendy, Michelaine e sua bebê não é apenas uma estatística em meio ao caos climático, mas um lembrete doloroso da fragilidade da vida diante de desastres naturais. Enquanto o Brasil lida com os efeitos do ciclone extratropical, urge investir em alertas precoces, infraestrutura adequada e educação sobre riscos. A comunidade de Palhoça e a família estendida das vítimas merecem justiça e memória eterna para esses imigrantes que escolheram o país para sonhar. Que essa tragédia impulsione ações concretas para proteger vidas no futuro.