
União Brasil Expulsa Ministro Celso Sabino por Infidelidade Partidária
Em um movimento que reflete as tensões internas da política brasileira, a Executiva Nacional do União Brasil anunciou, nesta segunda-feira, a expulsão...
Em um movimento que reflete as tensões internas da política brasileira, a Executiva Nacional do União Brasil anunciou, nesta segunda-feira, a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, dos quadros da legenda. A decisão, tomada por infidelidade partidária, marca o fim de uma trajetória conturbada do deputado federal licenciado no partido, que optou por permanecer no governo Lula apesar das orientações contrárias da sigla. Esse episódio destaca os desafios de lealdade partidária em um cenário político polarizado, onde alianças governamentais frequentemente colidem com interesses partidários.

Contexto da Decisão Partidária
A punição a Celso Sabino surge de uma orientação clara do União Brasil, emitida em setembro, para que seus membros deixassem o governo federal liderado pelo PT. Sabino, que assumiu a pasta do Turismo em janeiro de 2023, ignorou a determinação, priorizando sua lealdade ao presidente Lula. Essa desobediência foi interpretada como infidelidade partidária, violando as normas internas da legenda, que prioriza a coesão em um momento de reestruturação pós-fusão entre DEM e PSL.
O processo disciplinar contra o ministro já havia sido aprovado pelo Conselho de Ética do partido, garantindo o respaldo necessário para a expulsão. Desde outubro, Sabino estava afastado das decisões internas do União Brasil e foi destituído do comando do diretório regional no Pará, seu estado natal. Essa medida preliminar sinalizava o descontentamento da cúpula partidária, liderada por figuras como o presidente Antonio Rueda, que busca fortalecer a identidade da sigla em meio a eleições municipais e preparativos para 2026.
Trajetória de Celso Sabino e Seus Argumentos
Celso Sabino, eleito deputado federal pelo Pará em 2018 pelo PSL (atual União Brasil), construiu uma carreira marcada por transições políticas. Inicialmente alinhado ao bolsonarismo, ele migrou para o governo Lula, assumindo o Ministério do Turismo com o objetivo de impulsionar o setor pós-pandemia. Sob sua gestão, o ministério promoveu iniciativas como o Programa de Regionalização do Turismo e investimentos em infraestrutura, gerando resultados positivos que o próprio Sabino destacou em entrevistas.
Em declaração recente, o ministro expressou consciência tranquila quanto à sua conduta. "Eu não fiz nada, não devo nada para ninguém e estou aqui com a minha cabeça erguida, com sentimento de dever cumprido pelos resultados que a gente entregou", afirmou ele em entrevista no mês passado. Sabino argumentou que sua permanência no governo não configurava traição, mas sim uma escolha pessoal alinhada aos interesses nacionais, especialmente no fomento ao turismo como motor econômico.
No entanto, a decisão do partido ignora esses argumentos, reforçando a rigidez das regras de fidelidade. Analistas políticos apontam que o União Brasil, com sua base centrodireita, busca se distanciar do PT para atrair eleitores moderados, e a expulsão de Sabino serve como exemplo para outros membros em posições semelhantes.
Implicações Políticas e Reações Iniciais
A expulsão de Sabino pode reverberar no governo Lula, que perde um aliado no Congresso e no Executivo. Como deputado licenciado, sua saída do partido abre espaço para questionamentos sobre a estabilidade da base aliada, especialmente em um ano de eleições municipais onde o União Brasil pretende disputar prefeituras no Norte do país. No Pará, o vácuo deixado por Sabino no diretório regional pode enfraquecer a legenda localmente, beneficiando rivais como o PL ou o MDB.
Até o momento, Sabino não se pronunciou oficialmente sobre a decisão da Executiva Nacional. Seus aliados no governo minimizam o impacto, destacando que o ministro continuará à frente da pasta do Turismo. Já líderes do União Brasil, como o senador Rodrigo Cunha Lima, defenderam a medida como necessária para preservar a "unidade e os princípios" da sigla.
- Impacto no Turismo: A permanência de Sabino no ministério é vista como positiva para o setor, com dados do IBGE indicando crescimento de 12% no turismo interno em 2023.
- Consequências Eleitorais: A punição pode alienar apoiadores de Lula no União Brasil, complicando alianças futuras.
- Precedente Legal: A infidelidade partidária, regulamentada pela Lei 9.096/1995, permite a perda de mandato, mas como licenciado, Sabino escapa dessa cláusula.
Conclusão
A expulsão de Celso Sabino pelo União Brasil ilustra as fraturas inerentes à política brasileira, onde lealdades pessoais e partidárias frequentemente entram em conflito. Enquanto o ministro segue à frente do Turismo, contribuindo para a recuperação econômica do setor, sua saída da legenda pode sinalizar um realinhamento maior no centro-direita. Esse caso reforça a importância da fidelidade partidária em um sistema multipartidário, e os desdobramentos prometem influenciar o tabuleiro político nos próximos meses, com olhos voltados para as urnas de 2024 e além.





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