Asfura, Favorito de Trump, Retoma Vantagem nas Eleições Presidenciais de Honduras
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Asfura, Favorito de Trump, Retoma Vantagem nas Eleições Presidenciais de Honduras

Em um cenário de tensão política e interferência externa, o empresário Nasry Asfura, apoiado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, reass...

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Em um cenário de tensão política e interferência externa, o empresário Nasry Asfura, apoiado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, reassumiu a liderança na apuração das eleições presidenciais de Honduras. Com problemas técnicos e acusações de manipulação pairando sobre o processo, o país centro-americano vive momentos de suspense que podem definir seu futuro em meio a desafios como pobreza, violência e corrupção. A retomada da vantagem por Asfura, ocorrida na quinta-feira (4), mantém o empate técnico com o rival Salvador Nasralla, refletindo a polarização profunda na nação.

O Cenário das Eleições e a Retomada da Liderança

As eleições gerais em Honduras ocorreram no domingo anterior, marcando o fim do mandato da presidente Xiomara Castro. Nasry Asfura, de 67 anos e filiado ao Partido Nacional (PN), de direita, emergiu como favorito logo após a votação, assumindo a liderança inicial. No entanto, na terça-feira (2), falhas no sistema de apuração inverteram o quadro, favorecendo Salvador Nasralla, apresentador de televisão e representante do Partido Liberal (PL), de centro-direita.

Até o início da manhã de sexta-feira, com 86,76% dos votos computados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Asfura alcançava 40,24% dos votos, contra 39,41% de Nasralla. Essa margem estreita configura um empate técnico, com o resultado final ainda incerto. A nação, uma das mais pobres da América Latina, enfrenta não apenas a lentidão na contagem, mas também os impactos da violência ligada ao narcotráfico e às gangues, além de escândalos de corrupção que minam a confiança nas instituições.

Nasry Asfura em evento político durante as eleições de Honduras

Problemas Técnicos e Suspeitas de Irregularidades

O processo eleitoral foi marcado por interrupções que alimentaram controvérsias. Na madrugada de segunda-feira (1º), o CNE suspendeu a divulgação de dados, o que gerou reações internacionais imediatas. A apuração foi retomada na terça, mas nova paralisação ocorreu na quarta-feira (3), por três horas, supostamente para manutenção do sistema. Essas falhas técnicas levantaram suspeitas de manipulação, especialmente em um país com histórico de fraudes eleitorais.

Honduras, com uma população de cerca de 10 milhões de habitantes, sofre com instabilidade crônica. A violência das maras (gangues) e o tráfico de drogas contribuem para uma taxa de homicídios uma das mais altas do mundo, enquanto a corrupção endêmica afeta setores como saúde e educação. A eleição presidencial é vista como uma oportunidade para reformas, mas o atraso na apuração prolonga a incerteza, impactando a economia já fragilizada por desastres naturais e migração em massa para os EUA.

A Intervenção de Donald Trump e o Contexto Internacional

A influência externa ganhou destaque com a intervenção direta de Donald Trump. O ex-presidente americano, que apoia Asfura como "amigo da liberdade", ameaçou "consequências graves" para Honduras caso os resultados fossem alterados. Trump também pediu publicamente aos hondurenhos que votassem em Asfura na reta final da campanha. Em um gesto controverso, ele concedeu indulto ao ex-presidente Juan Orlando Hernández (2014-2022), do PN, condenado nos EUA a 45 anos de prisão por tráfico de drogas. Hernández foi libertado na segunda-feira, intensificando as acusações de interferência.

Por outro lado, Trump rotulou Nasralla como "quase comunista" devido à sua aliança anterior com o governo de Xiomara Castro, de esquerda. Essa retórica reflete as divisões ideológicas na região, onde os EUA historicamente influenciam eleições para alinhar governos aos seus interesses, especialmente em temas como migração e narcotráfico. Organizações internacionais, como a OEA, monitoram o processo para garantir transparência, mas a polarização persiste.

Donald Trump comentando sobre as eleições em Honduras

Em conclusão, a retomada da liderança por Asfura mantém Honduras em um limbo político que pode agravar seus problemas sociais e econômicos. Independentemente do vencedor, o novo presidente enfrentará o desafio de restaurar a confiança nas instituições e combater a violência e a corrupção. A interferência de Trump destaca como as eleições hondurenhas transcendem fronteiras, influenciando as relações na América Central e as políticas migratórias globais. O desfecho final, esperado nos próximos dias, será crucial para a estabilidade da região.

Cena de apuração de votos nas eleições presidenciais de Honduras
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