Chuva Agrava Apagões na Grande São Paulo: Milhares de Imóveis Sem Energia pelo Terceiro Dia
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Chuva Agrava Apagões na Grande São Paulo: Milhares de Imóveis Sem Energia pelo Terceiro Dia

A Grande São Paulo enfrenta mais um dia de desafios com a falta de energia elétrica, agravada por chuvas intensas que reverteram parte dos avanços na...

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A Grande São Paulo enfrenta mais um dia de desafios com a falta de energia elétrica, agravada por chuvas intensas que reverteram parte dos avanços na restauração do serviço. Milhares de residentes lidam com interrupções que afetam o dia a dia, desde a conservação de alimentos até a mobilidade urbana. Segundo dados da concessionária Enel, o número de clientes sem luz voltou a subir nesta sexta-feira (12), destacando a vulnerabilidade da infraestrutura diante de eventos climáticos extremos. Este cenário não só causa transtornos imediatos, mas também levanta questões sobre a resiliência do sistema elétrico em uma das maiores metrópoles do Brasil.

Evolução dos Apagões e Números Recentes

O vendaval histórico que atingiu a região na quarta-feira (10) deixou um rastro de destruição, com rajadas de vento alcançando até 98,1 km/h, conforme registros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No pico do apagão, cerca de 2,2 milhões de imóveis ficaram sem energia, um número que reflete a escala do impacto. Com a chegada de chuvas nesta sexta, a situação piorou temporariamente: às 15h17, o boletim da Enel registrava 601.752 clientes afetados, número que subiu para 736.549 imóveis às 17h02, coincidindo com o estado de atenção decretado pelo Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) para alagamentos na capital.

Às 20h33, com a chuva cessando, o total caiu para 637.710, mas ainda representa uma parcela significativa da população. Na área de concessão da Enel, mais de 800 mil imóveis permanecem no escuro, segundo atualizações recentes. Esses dados ilustram a instabilidade na recuperação, influenciada por condições climáticas adversas que danificam linhas de transmissão e postes.

Moradores protestam contra falta de energia em Engenheiro Marsilac, Zona Sul de São Paulo

Impactos na População e Serviços Essenciais

A falta de energia vai além do desconforto cotidiano, afetando serviços vitais e gerando prejuízos econômicos. Semáforos apagados paralisam o tráfego: às 17h desta sexta, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) reportava 129 cruzamentos sem sinalização devido ao apagão, além de 7 por falhas técnicas e 4 em amarelo piscante. Isso contribui para congestionamentos e riscos à segurança viária, impactando a mobilidade de milhões de paulistanos.

Em bairros como Engenheiro Marsilac, na Zona Sul, moradores organizaram protestos contra a demora na restauração, destacando a perda de alimentos perecíveis e o drama de famílias com idosos e doentes. Relatos emocionantes circulam nas redes: "50 horas sem luz, só temos uns aos outros para contar", descreve uma residente com parentes vulneráveis. O abastecimento de água também é comprometido, pois bombas dependem de eletricidade, agravando a crise em áreas periféricas.

Os aeroportos de Congonhas e Guarulhos, que enfrentaram caos com cancelamentos e passageiros dormindo no saguão nos dias anteriores, normalizaram operações, com apenas três voos cancelados nesta sexta. No entanto, o setor de transportes aéreo sofreu perdas financeiras consideráveis, estimadas em milhões de reais.

Semáforos apagados causam congestionamentos na capital paulista durante o apagão

Causas Climáticas e Resposta da Concessionária

A Enel atribui os apagões a um ciclone extratropical e vendaval histórico, que duraram cerca de 12 horas na quarta-feira, danificando a rede elétrica em larga escala. Em comunicado no site oficial, a empresa explica: "Nossa área de concessão foi afetada por um ciclone extratropical e um vendaval histórico, segundo o Inmet". Equipes de manutenção trabalham incessantemente, mas a concessionária não fornece prazo para a normalização total, citando a complexidade das reparações em meio a novas chuvas.

Especialistas apontam para a necessidade de investimentos em infraestrutura mais resiliente, como linhas subterrâneas e tecnologias de monitoramento climático, para mitigar futuros eventos. O impacto econômico é notável: comércios fechados, perdas em estoques e aumento de custos operacionais para empresas que recorrem a geradores.

Equipes da Enel trabalham na restauração da rede elétrica após vendaval em São Paulo

Em conclusão, os apagões na Grande São Paulo revelam fragilidades no sistema energético que demandam ações urgentes de autoridades e concessionárias. Enquanto a chuva diminui, a expectativa é por uma recuperação rápida, mas o episódio serve como alerta para a adaptação às mudanças climáticas. Moradores e empresas aguardam não só a luz de volta, mas também medidas preventivas para evitar repetições dessa crise.

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