
Bolsonaro confirma Flávio como candidato à Presidência em 2026
No cenário político brasileiro, uma decisão que pode moldar o futuro das eleições de 2026 foi anunciada: o ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu seu f...
No cenário político brasileiro, uma decisão que pode moldar o futuro das eleições de 2026 foi anunciada: o ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como o nome do partido para disputar o Palácio do Planalto. Essa confirmação, revelada em meio a um contexto de polarização e desafios econômicos e sociais, reforça a influência duradoura da família Bolsonaro na direita nacional. A notícia, divulgada nesta sexta-feira, 5, promete agitar o tabuleiro eleitoral e reacender debates sobre legado, corrupção e segurança pública.

A Confirmação Oficial e o Apoio do PL
A batida de martelo veio diretamente do presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, que conversou com a revista VEJA na tarde desta sexta-feira. "Confirmado. Flávio me disse que o nosso Capitão ratificou sua candidatura. Bolsonaro falou, está falado. Estamos juntos", afirmou o cacique partidário, demonstrando a unidade interna do PL em torno da escolha. Essa decisão não surpreende analistas, pois o PL tem se consolidado como o principal veículo da bolsonarista desde as eleições de 2022, quando o partido elegeu dezenas de parlamentares alinhados à agenda conservadora.
Flávio Bolsonaro, conhecido como "Zero Um" por ser o filho mais velho do ex-presidente, acumula experiência no Senado desde 2019, onde preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Sua trajetória inclui pautas como defesa da família, redução de impostos e combate ao crime organizado, temas que ressoam com a base bolsonarista. A escolha de Flávio também é vista como uma estratégia para manter o controle familiar sobre o movimento, evitando fragmentações na direita.
As Declarações de Flávio e Críticas ao Governo Atual
Logo após a confirmação, o senador Flávio Bolsonaro usou suas redes sociais para oficializar a decisão e traçar um panorama crítico do cenário nacional. "É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação", escreveu ele no X (antigo Twitter). Em sua postagem, Flávio enfatizou que não se conformará em ver o Brasil "caminhar por um tempo de instabilidade, insegurança e desânimo".
As críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva foram diretas e abrangentes. Flávio apontou o escândalo de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o aumento da violência urbana e a criação de novos impostos como evidências de um país à deriva. "O nosso país vive dias difíceis, em que muitos se sentem abandonados, aposentados são roubados pelo próprio governo, narco-terroristas dominam cidades e exploram trabalhadores, estatais voltaram a ser saqueadas, novos impostos não param de ser criados ou aumentados, nossas crianças não têm expectativas de futuro", desabafou o senador.
Em tom religioso, comum na retórica bolsonarista, Flávio invocou a fé como guia: "Ninguém aguenta mais! Mas eu creio em um Deus que não abandona nossa nação. Eu creio que Ele levanta pessoas e inicia novos tempos quando o povo clama por justiça. Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão. E sei que Ele irá à frente, abrindo portas, derrubando muralhas e guiando cada passo dessa jornada". Essa narrativa apela para os valores evangélicos, que formam uma parcela significativa do eleitorado de direita.
O Contexto da Decisão e a Visita à Prisão
A deliberação ocorreu em um momento delicado para a família Bolsonaro. Na terça-feira, 2, Flávio visitou o pai na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde Jair Bolsonaro cumpre pena de mais de 27 anos por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Aliados revelam que a conversa girou em torno da sucessão política, com o ex-presidente insistindo na continuidade do projeto familiar para evitar o vácuo de liderança na oposição.
Essa escolha levanta questões jurídicas e políticas. Flávio enfrenta investigações passadas, como o caso das "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, embora ele negue irregularidades. Além disso, a inelegibilidade de Jair Bolsonaro até 2030, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), torna imperativa a emergência de novos nomes. Analistas políticos preveem que a candidatura de Flávio pode unificar a direita, mas também atrair ataques da esquerda, que o acusa de herdar um legado autoritário.
Outros potenciais candidatos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ou o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, podem ser coadjuvantes nessa equação, mas a chancela de Bolsonaro pesa decisivamente.
Implicações para o Futuro Eleitoral
A confirmação de Flávio como candidato sinaliza uma estratégia de longo prazo para o PL, que busca capitalizar o descontentamento com o governo Lula em temas como economia e segurança. Com o país enfrentando inflação persistente, déficits fiscais e instabilidade internacional, a campanha de 2026 promete ser feroz. No entanto, o sucesso dependerá da capacidade de Flávio de se desvincular das controvérsias familiares e atrair eleitores além da base fiel.
Enquanto isso, o Brasil observa como essa dinastia política evoluirá, em um contexto onde a democracia testa sua resiliência. A jornada de Flávio Bolsonaro começa agora, com o peso de um legado que divide opiniões, mas mobiliza multidões.





