
Fla enterra traumas e se isola como maior campeão do Brasil na Libertadores
Em uma noite histórica no Maracanã, o Flamengo transformou anos de decepções em glória eterna. Com uma vitória suada por 1 a 0 sobre o Palmeiras, o Ru...
Em uma noite histórica no Maracanã, o Flamengo transformou anos de decepções em glória eterna. Com uma vitória suada por 1 a 0 sobre o Palmeiras, o Rubro-Negro conquistou seu quarto título da Copa Libertadores, isolando-se como o maior campeão brasileiro da competição sul-americana. Essa façanha não só enterra traumas profundos na memória da torcida, mas também reforça o domínio do clube no continente. O gol solitário de Danilo e uma defesa impecável marcaram o fim de uma era de eliminações dolorosas, inaugurando um novo capítulo de supremacia.

Superando os traumas do passado
O caminho do Flamengo até esse tetracampeonato foi pavimentado por superação. Ao longo das últimas décadas, o clube rubro-negro acumulou eliminações que deixaram cicatrizes profundas na Nação Rubro-Negra. Antes de 2018, as participações na Libertadores eram irregulares e marcadas por fracassos. Das 17 edições do século XXI até aquele ano, o Fla só esteve presente em sete, sendo eliminado na fase de grupos em quatro ocasiões.
Alguns tropeços foram particularmente traumáticos. Em 2008, nas oitavas de final contra o América-MEX, o time venceu por 4 a 2 no México, mas sofreu uma virada humilhante no Maracanã, perdendo por 3 a 0. Mais recentemente, em 2020, caiu para o Racing-ARG nas oitavas; em 2023, para o Olimpia-PAR; e em 2024, para o Peñarol-URU nas quartas. Esses revezes alimentaram uma narrativa de fragilidade em mata-matas decisivos, mas o Flamengo, sob comandos técnicos visionários como o de Jorge Jesus em 2019 e agora com Tite, revolucionou sua abordagem na competição.
A virada começou em 2019, com o primeiro título moderno, seguido pelo vice em 2021. Esses anos de reconstrução transformaram o clube em uma máquina competitiva, com elencos estrelados e uma torcida que lota o estádio como ninguém. Hoje, com quatro taças (1981, 2019, 2022 e 2024), o Fla deixa para trás Grêmio, Palmeiras, Santos e São Paulo, todos com três conquistas cada.
O jogo decisivo: momentos de tensão e brilhantismo
A final contra o Palmeiras, disputada neste sábado, foi um duelo de gigantes, repleto de emoção e drama. O Verdão, que havia vencido o Flamengo na final de 2021 em Montevidéu, entrou como azarão, mas pressionou desde o início. O gol de Danilo, aos 20 minutos do segundo tempo, surgiu de uma jogada coletiva precisa, com o meia finalizando de fora da área após tabela com Pedro.
No entanto, o verdadeiro teste veio na reta final. O Palmeiras, desesperado pelo empate, bombardeou a área rubro-negra. Um momento crucial foi a intervenção heroica do zagueiro Léo Pereira, que salvou na pequena área um chute de Vitor Roque, evitando o gol fantasma. Outra cena tensa ocorreu no primeiro tempo, quando Erick Pulgar pisou na canela de Bruno Henrique – o VAR optou por não revisar o cartão amarelo aplicado, mantendo o Fla com 11 jogadores intactos.
A sustentação defensiva, ancorada por uma linha de quatro sólida e o goleiro Rossi inspirado, foi o diferencial. O Flamengo controlou 58% da posse de bola e finalizou 14 vezes, contra 10 do rival, demonstrando maturidade em um jogo que poderia reacender fantasmas do passado.

O legado do tetracampeonato
Com essa vitória, o Flamengo não só se isola como o maior campeão brasileiro da Libertadores, mas também consolida sua posição como potência global. Os quatro títulos superam os três de seus pares históricos, e o clube agora sonha com o Mundial de Clubes, onde pode vingar derrotas antigas. Investimentos em infraestrutura, como o Ninho do Urubu, e a base forte contribuíram para essa era dourada.
Para a torcida, o fim dos traumas significa alívio e orgulho renovado. O Maracanã, com mais de 70 mil vozes, ecoou o hino do clube em uma celebração que transcende o esporte, unindo gerações rubro-negras.

Conclusão: Um novo horizonte para o Mengão
O tetracampeonato da Libertadores marca o ápice de uma transformação. O Flamengo enterrou seus demônios e emerge como referência no futebol sul-americano. Com um elenco talentoso e uma gestão ambiciosa, o futuro promete mais conquistas. Para os torcedores, é a prova de que a persistência vence os traumas: o Fla é, agora e para sempre, o maior do Brasil na América.





