
Graciliano Rocha: Fundo do BB aposta R$ 400 milhões em minerais críticos que fascinam Trump
Em um mundo cada vez mais dependente de tecnologias avançadas e energias renováveis, os minerais críticos e as terras raras emergem como verdadeiros t...
Em um mundo cada vez mais dependente de tecnologias avançadas e energias renováveis, os minerais críticos e as terras raras emergem como verdadeiros tesouros da era moderna. Esses elementos, que vão além das pedras comuns e se escondem em nomes enigmáticos da tabela periódica como vanádio, tungstênio e neodímio, são essenciais para a produção de baterias de carros elétricos, turbinas eólicas e componentes eletrônicos sofisticados. Mas o que os torna ainda mais intrigantes é sua relevância geopolítica, impulsionada pela obsessão do ex-presidente americano Donald Trump por esses recursos estratégicos. Agora, o Brasil entra na jogada com um fundo ambicioso do Banco do Brasil, que planeja investir R$ 400 milhões nesse setor promissor.

O que são minerais críticos e por que eles importam?
Os minerais críticos são uma
A demanda por esses minerais deve explodir nas próximas duas décadas, segundo projeções de especialistas como o Banco Mundial e a Agência Internacional de Energia (IEA). A transição para uma economia de baixo carbono é o principal motor: um carro elétrico requer até seis vezes mais minerais do que um veículo convencional, enquanto painéis solares e redes inteligentes de energia dependem de elementos como lítio, cobalto e terras raras para ímãs de alta performance. No Brasil, com suas vastas reservas minerais, há um potencial inexplorado, especialmente em estados como Minas Gerais e Amazonas, onde jazidas de nióbio e outros elementos podem se tornar ativos estratégicos.
A obsessão de Trump e o contexto geopolítico global
Donald Trump elevou o debate sobre minerais críticos a um patamar de thriller internacional. Sua proposta controversa de comprar a Groenlândia em 2019 não era mera excentricidade: o território ártico abriga depósitos estimados em bilhões de dólares de terras raras, essenciais para a defesa e tecnologia americana. Da mesma forma, durante negociações sobre apoio militar à Ucrânia em meio à guerra com a Rússia, Washington pressionou por acesso a jazidas ucranianas ricas em titânio e lítio, destacando como esses recursos se entrelaçam com alianças políticas e disputas comerciais.
Essa "febre" reflete uma corrida global. Países como Austrália e Canadá investem bilhões em mineração sustentável, enquanto a União Europeia lança o Critical Raw Materials Act para diversificar fontes. No Brasil, o governo federal tem discutido políticas para explorar esses minerais de forma responsável, equilibrando crescimento econômico com preservação ambiental. No entanto, desafios persistem: a extração pode gerar poluição e conflitos com comunidades indígenas, exigindo regulamentações rigorosas.

O fundo BB Ore Régia: uma aposta ousada no Brasil
Entrando nessa dinâmica, a BB Asset, braço de mercado de capitais do Banco do Brasil, uniu forças com a gestora JGP para lançar o fundo BB Ore Régia Minerais Críticos FIC. O objetivo é captar R$ 400 milhões para investir em empresas de mineração focadas em minerais estratégicos, como terras raras, lítio e grafite. A fase de reserva de cotas vai até 19 de dezembro, com uma meta de retorno ambiciosa: IPCA mais 25% ao ano. No entanto, os riscos são proporcionais – volatilidade de preços, instabilidades regulatórias e impactos ambientais podem complicar o cenário.
O fundo é exclusivo para investidores qualificados, aqueles com mais de R$ 1 milhão em investimentos financeiros ou certificações técnicas reconhecidas pela CVM, refletindo a complexidade do setor. A reserva mínima é de R$ 50 mil (equivalente a 50 cotas), tornando-o acessível apenas a quem tolera alto risco em troca de potencial upside. A JGP, conhecida por sua expertise em ativos reais, vê no Brasil uma oportunidade única: com reservas subexploradas e proximidade com mercados emergentes, o país pode se posicionar como fornecedor global confiável.
- Vantagens: Diversificação em um setor de alto crescimento, alinhado à agenda ESG (ambiental, social e governança).
- Riscos: Dependência de aprovações ambientais e flutuações cambiais.
- Perspectiva: Pode impulsionar inovação local em refino e reciclagem de minerais.

Conclusão: O futuro dos minerais críticos no Brasil e no mundo
O lançamento do fundo BB Ore Régia sinaliza o interesse crescente do Brasil em se inserir na cadeia global de minerais críticos, um mercado projetado para valer trilhões de dólares até 2040. Inspirado na visão estratégica de líderes como Trump, mas ancorado em realidades locais, esse movimento pode fomentar desenvolvimento sustentável e independência tecnológica. Para investidores qualificados, representa uma chance de participar de uma revolução verde; para o país, uma oportunidade de liderança. No entanto, o sucesso dependerá de práticas éticas e inovação, garantindo que esses "tesouros ocultos" beneficiem a todos, sem repetir erros ambientais do passado.





