
Juca Kfouri: O Corinthians Conquista o Tetra no Recreio dos Bandeirantes
No coração do futebol brasileiro, o Maracanã sempre foi mais do que um estádio: é um palco de glórias, rivalidades e viradas históricas. Conhecido car...
No coração do futebol brasileiro, o Maracanã sempre foi mais do que um estádio: é um palco de glórias, rivalidades e viradas históricas. Conhecido carinhosamente pelos paulistas como "Recreio dos Bandeirantes", o icônico templo do esporte testemunhou inúmeras conquistas de times do interior e do Sul, desafiando a hegemonia carioca. Em uma final eletrizante da Copa do Brasil, o Corinthians quebrou mais uma vez essa tradição ao conquistar seu quarto título (tetra) contra o Vasco da Gama. Sob os olhos atentos do jornalista Juca Kfouri, o jogo de 2023 marcou o fim de uma era de domínio vascaíno no Maracanã e reforçou a resiliência alvinegra. Vamos relembrar essa partida que misturou emoção, estratégia e um toque de destino.

A História de Conquistas Paulistas no Maracanã
O Maracanã, inaugurado em 1950 para a Copa do Mundo, carrega uma narrativa rica de rivalidades regionais. Para os paulistas, o estádio era visto como um "Recreio dos Bandeirantes", um espaço onde times do estado de São Paulo frequentemente brilhavam. Em 1951, o Palmeiras ergueu a Taça Rio, considerada o título mais prestigioso do alviverde na época, derrotando o poderoso time da casa. Dois anos depois, em 1952 e 1954, a seleção paulista celebrou o bicampeonato brasileiro ao vencer a carioca, também conhecida como seleção do Distrito Federal.
A década de 1960 trouxe mais capítulos épicos. O Santos de Pelé sagrou-se bicampeão mundial em 1963, superando o Milan italiano em jogos lotados no Maracanã. Décadas depois, em 2000, o Corinthians comemorou seu primeiro Mundial de Clubes FIFA ao vencer o Vasco nos pênaltis, em uma noite inesquecível. Essas vitórias não eram meras coincidências; elas representavam a ousadia paulista em território hostil. Para os vascaínos, anfitriões naturais, era hora de inverter a maré. Mas, como o jogo mostrou, a tradição tem seu peso.
Pré-Jogo: Estratégias e Expectativas
Antes do apito inicial, o clima era de tensão palpável. Para o Vasco, tricampeão da Copa do Brasil em busca do tetra, a notícia ruim veio com a ausência de Rodrigo Garro entre os titulares. Vitinho, que pressionava por uma vaga, ficou no banco, reflexo da conservadora filosofia de Dorival Júnior. Sem a sombra de Tite para desafiá-lo, o técnico apostou em uma formação segura, priorizando a defesa e contragolpes rápidos.
Do lado corintiano, em busca do bicampeonato, o time chegou completo, sem o ex-jogador Piton, ainda lesionado. O cenário no Maracanã era espetacular: mosaicos cruzmaltinos coloriam as arquibancadas, com escudos vascaínos defendendo cada centímetro da "Nau do Almirante". A torcida lotava o estádio, transformando a tarde de encerramento da temporada em um espetáculo visual e sonoro. "Que ganhe o melhor!", gritavam os neutros – mas todos sabiam que o coração pedia pelo seu time.

O Jogo: Da Prudência ao Triunfo Alvinegro
Os primeiros minutos ecoaram o jogo de ida em Itaquera: pobres em chances, com as equipes se estudando mutuamente. Aos 14 minutos, Yuri Alberto tentou a primeira finalização, mas a bola beijou a rede pelo lado de fora. Dois minutos depois, Rayan cabeceou sem direção. O equilíbrio quebrou aos 18 minutos, com um lançamento preciso de Matheuzinho para Yuri Alberto, que amortceu com
A cara do jogo mudou drasticamente. A prudência deu lugar à concorrência feroz. Aos 24 minutos, uma confusão entre Thiago Mendes e Bruno Bidon esquentou os ânimos. Aos 25, Yuri Alberto quase ampliou, mas a defesa vascaína se recompôs. O Vasco pressionou no segundo tempo, com chances perigosas de Vegetti e Payet, mas Cássio, o eterno guardião corintiano, brilhou nas defesas. Nos acréscimos, um pênalti polêmico selou o 2 a 1 final, com Fagner convertendo para o tetra alvinegro. Foi uma vitória construída na raça, honrando as glórias passadas no Maracanã.

Conclusão: Um Novo Capítulo na Rivalidade
A conquista do tetra pelo Corinthians no Maracanã não foi apenas um título; foi uma afirmação de que o "Recreio dos Bandeirantes" continua sendo um playground acessível aos paulistas. Juca Kfouri, com sua análise aguçada, destacou a importância desse triunfo para o equilíbrio do futebol brasileiro, onde cariocas e paulistas trocam golpes há décadas. Para os corintianos, é mais uma estrela na camisa; para os vascaínos, um lembrete de que a tradição pode ser desafiada. O futebol, em sua essência, vive dessas histórias que unem e dividem nações. Que venham mais capítulos!




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