Tragédia no Rio Jacuí: Velório de Jovem Pesquisadora da Fepam Marca Momento de Luto e Reflexão sobre Proteção Ambiental no RS
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Tragédia no Rio Jacuí: Velório de Jovem Pesquisadora da Fepam Marca Momento de Luto e Reflexão sobre Proteção Ambiental no RS

Em um domingo marcado por profunda comoção, o corpo de Roberta dos Reis Costantin, uma talentosa pesquisadora de 21 anos, foi velado em Caxias do Sul,...

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Em um domingo marcado por profunda comoção, o corpo de Roberta dos Reis Costantin, uma talentosa pesquisadora de 21 anos, foi velado em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. A jovem servidora da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) faleceu tragicamente ao cair no Rio Jacuí, durante uma missão de coleta de amostras de água em Dona Francisca. O incidente não apenas ceifa uma vida promissora, mas reacende debates sobre a segurança no trabalho ambiental e o compromisso do Estado com políticas de preservação de recursos hídricos, destacando a interseção entre serviço público e proteção ecológica.

Quem Era Roberta dos Reis Costantin e as Circunstâncias do Acidente

Roberta era uma técnica em química recém-ingressada na Fepam, aprovada em concurso público em outubro de 2024, quando a fundação incorporou mais de 50 novos servidores para fortalecer suas operações. Formada pelo Instituto Federal Farroupilha (IFRS) de Caxias do Sul, ela cursava graduação em química na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Sua dedicação ao meio ambiente a colocava na linha de frente de ações que monitoram a qualidade das águas no estado, um pilar essencial das políticas ambientais gaúchas.

O acidente ocorreu enquanto Roberta realizava coletas para o Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas Naturais (Qualiágua), que avalia periodicamente as condições dos rios e lagos do Rio Grande do Sul a cada três meses. A suspeita é de que um desequilíbrio durante o procedimento a levou a afundar nas águas do Rio Jacuí. Esse tipo de trabalho, embora vital para políticas de saneamento e controle de poluição, expõe os profissionais a riscos significativos, levantando questões sobre a necessidade de investimentos em equipamentos de segurança e treinamentos mais robustos nas agências ambientais estatais.

Imagem de Roberta dos Reis Costantin durante trabalho de campo na Fepam

O Papel da Fepam e o Impacto na Política Ambiental Gaúcha

A Fepam, como autarquia vinculada à Secretaria do Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, desempenha um papel crucial na execução de políticas ambientais estaduais. O Qualiágua, por exemplo, fornece dados essenciais para decisões governamentais sobre licenciamento ambiental, controle de efluentes industriais e preservação de ecossistemas aquáticos. A morte de Roberta destaca vulnerabilidades nesse sistema: apesar dos avanços na contratação de pessoal qualificado, como os 50 novos servidores de 2024, persistem desafios em termos de infraestrutura e protocolos de segurança.

Em nota oficial, a Fepam expressou solidariedade: "A Fundação se solidariza com os familiares, amigos e colegas de trabalho neste momento de profunda tristeza e informa que seguirá prestando todo o suporte necessário à família." Essa resposta reflete o compromisso da instituição, mas também abre espaço para discussões políticas mais amplas. Especialistas em governança ambiental apontam que incidentes como esse podem impulsionar reformas legislativas, como a ampliação de orçamentos para proteção de trabalhadores em campo, alinhando-se às metas nacionais de sustentabilidade estabelecidas pela Política Nacional do Meio Ambiente.

  • Programa Qualiágua: Monitora variações sazonais na qualidade da água, influenciando políticas de uso de rios para irrigação e consumo humano.
  • Contratações Recentes: Mais de 50 técnicos em 2024, visando reforçar a capacidade técnica da Fepam em meio a pressões ambientais crescentes, como secas e poluição industrial.
  • Desafios Políticos: Necessidade de maior integração entre agências estaduais e federais para mitigar riscos em operações de monitoramento.

As Buscas Desesperadas e o Descobrimento do Corpo

As buscas por Roberta iniciaram-se na terça-feira e se estenderam por mais de 70 horas, envolvendo bombeiros, equipes da Fepam e apoio da empresa responsável pela Usina Hidrelétrica de Dona Francisca, que reduziu a vazão do rio para facilitar as operações. Antes da localização do corpo, objetos de trabalho da jovem foram encontrados, intensificando a angústia dos envolvidos. Pescadores avistaram o corpo no Remanso das Taquareiras, a cerca de 2,7 quilômetros do local do acidente, na cidade de Agudo, acionando imediatamente os resgatistas.

O velório ocorreu no Cemitério Parque de Caxias do Sul, reunindo familiares, colegas e amigos em um adeus emocionante. O enterro, realizado no domingo (21), simboliza não apenas o fim de uma vida jovem, mas um chamado à ação para aprimorar as políticas de segurança no setor público ambiental.

Cena do velório de Roberta em Caxias do Sul

Em conclusão, a tragédia de Roberta dos Reis Costantin transcende o luto pessoal, tocando em temas centrais da política ambiental no Rio Grande do Sul. Sua contribuição breve, mas impactante, para o monitoramento das águas naturais serve como lembrete da importância de políticas públicas que priorizem não só a preservação ambiental, mas também a integridade dos profissionais que a defendem. Autoridades e a sociedade devem refletir sobre como fortalecer essas estruturas, honrando sua memória com ações concretas e seguras. (Palavras: 512)

Imagem do Rio Jacuí durante as buscas por Roberta
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