/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/7/e/uXxapJSKOrD9I3DIIzDg/globo-canal-4-20251216-2000-frame-69896.jpeg)
Lula reafirma compromisso com os Correios e descarta privatização em meio à crise financeira
Em um momento de turbulência para as estatais brasileiras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou sua posição contrária à privatização d...
Em um momento de turbulência para as estatais brasileiras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou sua posição contrária à privatização dos Correios, destacando a importância de uma gestão eficiente para evitar prejuízos contínuos. Durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula enfatizou que não tolerará uma empresa pública "levando prejuízo" indefinidamente, mas defendeu parcerias e reestruturações como alternativas viáveis. Essa declaração surge em um contexto de déficits bilionários acumulados pela estatal, que enfrenta desafios herdados e operacionais profundos.

Declaração firme contra a privatização
O presidente foi categórico ao negar qualquer intenção de vender os Correios ao setor privado. "Enquanto eu for presidente, não vai ter privatização. Pode ter construção junto com empresas, parceria, economia mista, mas privatização não vai ter", afirmou Lula. Ele atribuiu os problemas atuais a uma "gestão equivocada" nos anos anteriores, lamentando a situação de uma empresa que presta serviços essenciais para todo o país, especialmente em regiões remotas.
Essa postura reflete o compromisso histórico do PT com o fortalecimento de estatais estratégicas, evitando o modelo de desestatização adotado em governos passados. Lula destacou a relevância dos Correios para a integração nacional, transportando não apenas correspondências, mas também medicamentos, vacinas e produtos essenciais durante a pandemia de Covid-19. No entanto, ele não poupou críticas à administração recente, sinalizando mudanças iminentes para resgatar a saúde financeira da companhia.
A crise financeira dos Correios: números e alertas ignorados
Os números são alarmantes e ilustram a gravidade da situação. Em 2023, os Correios registraram prejuízo de R$ 633 milhões. Esse valor saltou para R$ 2,6 bilhões em 2024, e, no acumulado de janeiro a setembro de 2025, o déficit já chega a R$ 6 bilhões, com projeções de fechamento anual negativo em R$ 10 bilhões. Esses resultados são atribuídos a uma combinação de fatores, como aumento de custos operacionais, concorrência de serviços digitais e ineficiências gerenciais.
Documentos obtidos pelo Jornal Nacional revelam que a direção da estatal foi alertada há dois anos sobre o risco de esgotamento de caixa, mas as medidas corretivas não foram implementadas a tempo. Essa omissão agravou a crise, forçando o governo a intervir. Lula lamentou o cenário, afirmando: "Uma empresa pública não pode ser a rainha do prejuízo". Para reverter isso, o presidente anunciou a troca de comando, com a nomeação de profissionais experientes, incluindo a ministra Esther Dweck e o deputado Rui Falcão, para injetar expertise na gestão.
- Principais causas da crise: Gestão ineficiente, custos elevados com mão de obra e logística, e impacto da digitalização na demanda por serviços postais tradicionais.
- Impactos sociais: Redução de serviços em áreas rurais e atrasos em entregas, afetando milhões de brasileiros.
/https://i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2025/7/e/uXxapJSKOrD9I3DIIzDg/globo-canal-4-20251216-2000-frame-69896.jpeg)
Plano de socorro e medidas de reestruturação
O governo federal já discute um pacote de auxílio para estabilizar os Correios. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), informou que uma proposta de empréstimo de até R$ 12 bilhões está em análise pela equipe econômica. Essa operação poderia envolver repasses diretos ou garantias do Tesouro Nacional para empréstimos bancários, com o objetivo de cobrir dívidas e financiar modernizações.
Além disso, o Ministério da Fazenda deve concluir a avaliação do plano de reestruturação até o final do mês, incluindo otimizações de rotas, digitalização de processos e possíveis parcerias público-privadas. Haddad enfatizou que o foco é na sustentabilidade a longo prazo, sem comprometer as finanças públicas. "Vamos tomar todas as medidas necessárias, mudar cargos e colocar pessoas competentes", reforçou Lula, indicando uma abordagem proativa e sem concessões à ineficiência.
Perspectivas futuras e o papel dos Correios no Brasil
A crise dos Correios não é isolada, mas reflete desafios maiores para o setor público brasileiro em um mundo cada vez mais digital. Com o compromisso de Lula de evitar privatizações, o governo aposta em uma recuperação via gestão qualificada e investimentos estratégicos. Se bem-sucedido, esse modelo pode servir de exemplo para outras estatais, equilibrando eficiência econômica com o papel social das empresas públicas. No entanto, o sucesso dependerá da implementação rápida das reformas, garantindo que os Correios continuem como pilar da conectividade nacional. Analistas projetam que, com aportes e reestruturações, a estatal pode voltar ao lucro em 2026, fortalecendo a confiança no setor público.
Este artigo pertence à





