
Moraes é citado como ‘herói’ em lista de pessoas mais influentes do Financial Times
Em um ano marcado por desafios à democracia em diversas partes do mundo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), emerge com...
Em um ano marcado por desafios à democracia em diversas partes do mundo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), emerge como uma figura emblemática. Eleito uma das 25 personalidades mais influentes de 2025 no ranking anual do Financial Times, o magistrado brasileiro foi incluído na

A Atuação de Moraes como Símbolo da Democracia Brasileira
O perfil dedicado a Alexandre de Moraes no Financial Times o descreve como um “símbolo da democracia e justiça no Brasil”. Escrito pela historiadora e professora da USP, Lilia Moritz Schwarcz, o texto destaca a recusa do ministro em endossar a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram prédios públicos em Brasília. Essa posição firme posicionou Moraes como um guardião das instituições em meio a pressões populistas e de extrema-direita.
Schwarcz enfatiza que, enquanto cortes supremas em outros países capitularam ante autocratas, o STF, sob a liderança de Moraes na Primeira Turma, demonstrou resiliência. Sua atuação incluiu o confronto a ataques ao sistema eleitoral, investigações sobre redes de desinformação e a responsabilização judicial de autoridades e figuras públicas envolvidas em atos antidemocráticos. Essas medidas, segundo o artigo, ajudaram a restaurar a confiança nas urnas eletrônicas e a combater narrativas falsas que minavam a legitimidade das eleições de 2022.
Desafios e Tensões na Jurisdição de Moraes
No entanto, o reconhecimento internacional não ignora as controvérsias. O Financial Times aponta para uma “tensão entre firmeza e excesso” na atuação do ministro. Suas decisões, frequentemente centralizadoras, recorrem a ferramentas legais excepcionais, como prisões preventivas e bloqueios de contas em redes sociais, o que levanta debates sobre o equilíbrio entre segurança democrática e liberdades individuais.
O texto ressalta que “nas democracias, o poder sempre deve estar sujeito ao contrapeso, mesmo quando exercido em nome da proteção”. Críticos argumentam que o uso amplo de medidas como o inquérito das fake news pode concentrar excessivo poder em um único magistrado, potencialmente enfraquecendo o sistema de checks and balances. Apesar disso, defensores veem nessas ações uma resposta necessária a ameaças existenciais à ordem constitucional.
- Investigações chave: Inquérito sobre atos antidemocráticos, resultando em mais de 1.000 indiciamentos.
- Impacto global: Modelo para outros países lidando com desinformação eleitoral.
- Debate jurídico: Discussões no STF sobre limites de decisões monocráticas.
Contexto Histórico e Representação Brasileira no Ranking
A inclusão de Moraes no ranking não é isolada. O Brasil tem ganhado visibilidade no Financial Times por meio de suas lideranças. Em 2023, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi listada entre as 25 mulheres mais influentes do mundo, destacando esforços ambientais em meio à crise climática. Essa sequência reflete o papel crescente do país em agendas globais, de justiça a sustentabilidade.
Historicamente, o STF tem sido pivotal em momentos de crise, como o impeachment de 2016 e as investigações da Lava Jato. Moraes, que assumiu o cargo em 2017, herdou esse legado e o ampliou ao lidar com o bolsonarismo, um fenômeno que ecoa populismos em ascensão na Europa e nos EUA. O artigo de Schwarcz conclui que, em 2025, Moraes representa não só o Brasil, mas uma lição para democracias frágeis: a importância de juízes independentes em tempos de polarização.
Conclusão: Um Herói com Ressalvas
A eleição de Alexandre de Moraes como “herói” pelo Financial Times sublinha sua influência em salvaguardar a democracia brasileira, mas também convida a uma reflexão sobre os limites do poder judicial. Em um mundo onde instituições democráticas enfrentam testes constantes, sua trajetória serve como farol e alerta. Enquanto o Brasil avança para eleições em 2026, o equilíbrio entre proteção e moderação será crucial para que figuras como Moraes continuem a inspirar confiança global. Essa distinção reforça que, mesmo em nações emergentes, o Judiciário pode ser o pilar da estabilidade.





