Polícia Civil do Rio prende quadrilha do 'golpe da maquininha' após turista romeno denunciar cobrança abusiva de R$ 10 mil por cigarro
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Polícia Civil do Rio prende quadrilha do 'golpe da maquininha' após turista romeno denunciar cobrança abusiva de R$ 10 mil por cigarro

Em um episódio que expõe os riscos enfrentados por turistas estrangeiros no Rio de Janeiro, a Polícia Civil prendeu quatro suspeitos em flagrante na p...

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Em um episódio que expõe os riscos enfrentados por turistas estrangeiros no Rio de Janeiro, a Polícia Civil prendeu quatro suspeitos em flagrante na praia de Ipanema, na zona sul da cidade, por aplicarem o infame "golpe da maquininha". O esquema envolve máquinas de cartão adulteradas para cobrar valores exorbitantes de vítimas desprevenidas. A operação ocorreu na última segunda-feira, 1º de outubro, e foi desencadeada pela denúncia de um turista romeno, que alertou as autoridades após ser vítima de uma cobrança de cerca de R$ 10 mil por um simples maço de cigarros. A ação foi liderada pela Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat), destacando o compromisso das forças de segurança em proteger visitantes internacionais em um dos destinos mais icônicos do Brasil.

O caso ganhou repercussão internacional devido à presença de turistas europeus como vítimas, reforçando a necessidade de vigilância em áreas turísticas movimentadas. De acordo com investigações preliminares, o grupo atuava de forma organizada, explorando a distração de estrangeiros para subtrair pertences e impor transações fraudulentas via cartão de crédito.

Polícia Civil prendendo suspeitos na praia de Ipanema

O Mecanismo do Golpe e as Vítimas Envolvidas

O "golpe da maquininha" é uma variação de fraudes comuns em pontos turísticos, onde criminosos se aproximam de vítimas oferecendo produtos baratos, como cigarros ou acessórios, mas utilizam dispositivos de pagamento manipulados para registrar valores inflacionados. No caso do turista romeno, identificado apenas como um visitante de 35 anos, o incidente começou com uma abordagem agressiva na areia de Ipanema. Um dos suspeitos o empurrou, roubou seu celular temporariamente e, ao devolvê-lo, passou o cartão de crédito na maquininha, cobrando 1.600 euros – equivalente a aproximadamente R$ 10 mil na cotação atual do euro.

Não parou por aí: dois turistas italianos, um casal na faixa dos 40 anos, foram alvos semelhantes. Cercados pelo grupo, eles foram induzidos a comprar cigarros eletrônicos por valores simbólicos, mas acabaram sendo debitados em R$ 10 mil cada um. Os italianos, que estavam hospedados em um hotel próximo, notaram a irregularidade ao checar seus extratos bancários horas depois e procuraram ajuda na delegacia. Esses relatos, combinados à denúncia imediata do romeno, permitiram que a Deat montasse uma operação rápida, flagrando os suspeitos ainda na praia com as maquininhas em mãos.

Especialistas em segurança pública apontam que esse tipo de golpe explora a barreira linguística e a confiança excessiva de turistas, que muitas vezes evitam confrontos para não estragar suas férias. Dados da Polícia Civil indicam que, em 2023, fraudes semelhantes resultaram em prejuízos de milhões de reais a visitantes estrangeiros no Rio, com Ipanema e Copacabana como hotspots recorrentes.

Perfil Criminal dos Suspeitos e Histórico de Atuações

Os quatro detidos, todos residentes no Rio de Janeiro e com idades entre 25 e 45 anos, possuem extensos prontuários criminais, o que evidencia a sofisticação do grupo. O suposto líder, um homem de 42 anos, acumula 11 anotações policiais por crimes graves, incluindo associação criminosa, roubo, furto e estelionato. Seus dois comparsas principais têm históricos semelhantes, com registros de corrupção ativa e receptação de bens roubados.

Os outros dois membros do grupo não ficam atrás: um deles responde por tráfico de drogas e múltiplos furtos, enquanto o quarto tem passagens por roubo qualificado e contrabando de mercadorias. A Polícia Civil revelou que o bando operava há meses, focando em turistas europeus e americanos, que carregam cartões de crédito internacionais mais suscetíveis a fraudes transfronteiriças. Durante a prisão, as autoridades apreenderam não apenas as maquininhas adulteradas, mas também celulares clonados, cigarros contrabandeados e anotações com listas de alvos potenciais.

  • Líder do grupo: 11 passagens por associação criminosa, roubo, furto e estelionato.
  • Comparsa 1 e 2: Registros por roubo, estelionato e corrupção ativa.
  • Membro adicional: Tráfico de drogas, receptação e contrabando.
Maquininhas de cartão apreendidas pela polícia

A Operação Policial e as Implicações Legais

A Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) agiu com base em protocolos internacionais de cooperação, envolvendo embaixadas romena e italiana para auxiliar as vítimas. Os suspeitos foram autuados em flagrante por roubo, tentativa de estelionato, associação criminosa e contrabando, crimes que podem resultar em penas cumulativas de até 20 anos de prisão. Durante os interrogatórios, o grupo confessou parcerias com falsificadores de dispositivos de pagamento, operando em rede que se estende a outras praias cariocas.

A operação reforça investimentos recentes do governo estadual em policiamento turístico, como o uso de câmeras corporais e parcerias com aplicativos de denúncia anônima. No entanto, desafios persistem, como a porosidade das fronteiras para contrabando de cigarros, que serve de isca para os golpes.

Turistas na praia de Ipanema alertados sobre golpes

Conclusão: Lições para Turistas e Medidas Preventivas

Este caso serve como alerta para turistas que visitam o Rio de Janeiro: a beleza das praias como Ipanema esconde armadilhas criminosas que podem transformar férias em pesadelos financeiros. Autoridades recomendam evitar transações com vendedores ambulantes, usar cartões com limites diários e denunciar imediatamente qualquer suspeita à polícia turística. Com a prisão da quadrilha, a cidade ganha um respiro, mas a vigilância contínua é essencial para preservar a imagem do Brasil como destino seguro. As vítimas estrangeiras devem buscar reembolso via bancos e seguros de viagem, enquanto a Justiça avança nas investigações para desmantelar redes semelhantes.

Em um mundo cada vez mais conectado, incidentes como esse destacam a importância da cooperação internacional na luta contra o crime organizado, garantindo que o turismo brasileiro permaneça uma experiência positiva para todos.

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