Quanto o BNDES vai liberar ao Fundo de Reparação do Rio Doce até o fim de 2026
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Quanto o BNDES vai liberar ao Fundo de Reparação do Rio Doce até o fim de 2026

Dez anos após o trágico rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que devastou o rio Doce e comunidades inteiras, o Brasil avança na reparaçã...

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Dez anos após o trágico rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que devastou o rio Doce e comunidades inteiras, o Brasil avança na reparação dos danos ambientais e sociais. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a liberação de R$ 6 bilhões por meio do Fundo Rio Doce até o final de 2026, sendo R$ 2 bilhões ainda em 2024. Essa iniciativa representa um marco na recuperação de ecossistemas vitais para a agricultura e a pesca artesanal, setores duramente afetados pelo desastre ocorrido em 5 de novembro de 2015.

Imagem ilustrativa do rio Doce e impactos ambientais do rompimento da barragem

O Desastre de Mariana e Seus Impactos Duradouros

O rompimento da barragem da Samarco liberou milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos, que se espalharam pelo rio Doce, afetando dezenas de municípios em Minas Gerais e Espírito Santo, e chegando até o litoral capixaba. O evento não só causou a morte de 19 pessoas e destruiu vilarejos como Bento Rodrigues, mas também provocou danos irreversíveis à biodiversidade aquática e terrestre. Rios afluentes foram contaminados com metais pesados, impactando diretamente a agricultura familiar e a pesca, pilares da economia local no setor agropecuário.

Estudos indicam que a contaminação afetou mais de 300 km de extensão do rio, destruindo habitats de peixes e solos férteis usados por agricultores. Pescadores e produtores rurais perderam fontes de renda, enfrentando escassez de recursos hídricos e solos inférteis. Até hoje, comunidades ribeirinhas lidam com os resquícios, como a redução na produtividade de cultivos e a diminuição das capturas pesqueiras, o que reforça a urgência de ações de reparação focadas no agro.

Os Repasses do BNDES e a Origem dos Recursos

O Fundo Rio Doce, gerido pelo BNDES, é financiado pela indenização de R$ 100 bilhões paga pela Samarco, Vale e BHP, parcelada em 20 anos como parte do acordo de reparação judicial. Desse montante, R$ 49 bilhões são destinados a ações de responsabilidade da União, com foco em mitigação de danos socioambientais. Os R$ 6 bilhões previstos até 2026 serão alocados principalmente para programas de transferência de renda a pescadores e agricultores afetados, fortalecimento da assistência social e investimentos em saúde pública nas regiões impactadas.

  • Transferência de renda: Apoio direto a famílias de pescadores e agricultores, compensando perdas econômicas no setor agro.
  • Assistência social: Programas para inclusão e capacitação de comunidades vulneráveis.
  • Investimentos em saúde: Atendimento a populações expostas a contaminantes, com ênfase em monitoramento de saúde ocupacional no agro.

Esses recursos visam não apenas reparar, mas também revitalizar o setor agrícola, promovendo práticas sustentáveis e recuperação de áreas degradadas. Em 2024, os R$ 2 bilhões iniciais serão priorizados para ações imediatas de suporte econômico.

Ícone representando reparação ambiental e social no rio Doce

Iniciativas Futuras e Preparação para Desafios Climáticos

A partir de 2026, o BNDES planeja executar projetos ambientais específicos, como restauração de matas ciliares e despoluição de bacias hidrográficas, essenciais para a sustentabilidade do agro na região. Essas ações incluem reflorestamento e monitoramento da qualidade da água, beneficiando diretamente a irrigação agrícola e a pesca sustentável.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou a criação de uma área dedicada ao enfrentamento de eventos extremos, que se tornarão mais frequentes devido às mudanças climáticas. "Como vimos no Rio Grande do Sul, precisamos estar preparados para desastres que afetam o agro e as comunidades rurais", afirmou. Além disso, um escritório em Belo Horizonte foi inaugurado para agilizar o atendimento aos 49 municípios atingidos em Minas Gerais e Espírito Santo, garantindo transparência e eficiência na alocação de recursos.

Ícone simbólico de recuperação e desenvolvimento sustentável

Em conclusão, os repasses do BNDES ao Fundo Rio Doce marcam um compromisso vital com a justiça ambiental e social, especialmente no setor agro, que sustenta milhões de brasileiros. Embora os desafios persistam, essas iniciativas oferecem esperança para a revitalização do rio Doce e das vidas dependentes dele, promovendo um futuro mais resiliente e sustentável para as comunidades afetadas.

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