Reduto do clã: Rio de Janeiro pode ficar sem nenhum Bolsonaro nas urnas a partir de 2026
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Reduto do clã: Rio de Janeiro pode ficar sem nenhum Bolsonaro nas urnas a partir de 2026

O Rio de Janeiro, tradicional bastião eleitoral da família Bolsonaro, enfrenta uma mudança inédita no horizonte político. Pela primeira vez em décadas...

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O Rio de Janeiro, tradicional bastião eleitoral da família Bolsonaro, enfrenta uma mudança inédita no horizonte político. Pela primeira vez em décadas, o estado pode ficar sem qualquer representante do clã nas eleições de 2026. Essa transformação é impulsionada pelas decisões pessoais e ambições políticas dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, que estão migrando para outros cenários nacionais e regionais. Essa dispersão marca o fim de uma era de domínio familiar no coração carioca da política brasileira.

Imagem ilustrativa da família Bolsonaro no Rio de Janeiro

A Renúncia de Carlos Bolsonaro: Um Adeus ao Legislativo Carioca

Na última quinta-feira, 11 de abril, o vereador Carlos Bolsonaro (PL), conhecido como "Zero Dois", anunciou sua renúncia ao mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A decisão surpreendeu apoiadores e analistas, mas reflete uma mudança estratégica na carreira do parlamentar. Aos 42 anos, Carlos está de mudança para Santa Catarina, onde planeja disputar uma vaga no Senado em 2026.

Em seu discurso de despedida, proferido durante a sessão legislativa, Carlos justificou a escolha com emoção: “Vou para Santa Catarina para cumprir um chamado que não poderia realizar aqui, pois fiz uma escolha sempre guiada pelo meu coração. Uma escolha que me levou a um estado que sempre amei e fez grande parte da minha vida”. Essa declaração destaca o apego pessoal do vereador ao novo destino, onde ele pretende expandir sua influência política.

Carlos Bolsonaro ingressou na política aos 17 anos, tornando-se o vereador eleito mais jovem da história do Brasil. Desde 2000, ele acumula sete mandatos consecutivos no Legislativo carioca, onde se destacou por pautas conservadoras e defesa ferrenha da família. Sua saída deixa um vazio no PL local e questiona o futuro do bolsonarismo no Rio sem a presença direta de um de seus membros.

Os Planos de Flávio Bolsonaro: De Senador a Aspirante Presidencial

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o "Zero Um", também sinaliza uma possível despedida do Rio de Janeiro. Em reportagem de capa da revista VEJA desta semana, ele anunciou sua pré-candidatura à Presidência da República para 2026. Se prosseguir com a empreitada, Flávio não poderá concorrer à reeleição no Senado, cujo mandato vence no próximo ano, e Brasília se tornará sua residência principal.

Flávio tem uma trajetória consolidada no estado: foi deputado estadual de 2003 a 2018, período marcado por controvérsias como o caso das "rachadinhas". Sua eleição ao Senado em 2018 representou o auge da influência familiar no Rio. No entanto, a ambição pelo Palácio do Planalto pode redirecionar sua base eleitoral para um escopo nacional, deixando o eleitorado carioca sem sua representação direta.

Essa movimentação reflete a estratégia do clã de diversificar riscos e ampliar o alcance, mas também expõe vulnerabilidades locais. Sem Flávio, o PL no Rio precisará reestruturar sua liderança para manter o eleitorado conservador mobilizado.

Ícone representativo da política brasileira

A Distância Crescente de Eduardo Bolsonaro: De SP ao Exílio Político

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o "Zero Três", já se distanciou do Rio há anos. Eleito deputado federal por São Paulo em 2014, Eduardo está em seu terceiro mandato consecutivo na Câmara dos Deputados. Sua mudança para o estado paulista foi um divisor de águas, consolidando sua carreira fora do reduto familiar.

Recentemente, Eduardo tem se posicionado como uma voz internacional do bolsonarismo, com viagens e declarações que o colocam em um "autoexílio" político. Essa postura, marcada por críticas ao governo Lula e alinhamento com figuras globais de direita, sugere que ele permanecerá longe do Rio. Sua ausência reforça a fragmentação do clã, que outrora dominava o cenário fluminense com uma presença unificada.

  • Trajetória de Eduardo: De vereador em São Paulo (2005-2014) a deputado federal, ele se tornou um dos principais articuladores da família no exterior.
  • Impacto no Rio: Sem Eduardo, o estado perde um potencial candidato que poderia galvanizar bases urbanas.
  • Perspectivas futuras: Rumores indicam que ele pode mirar cargos em São Paulo ou até uma candidatura nacional.
Ícone simbólico de eleições no Brasil

Conclusão: O Fim de uma Era e Novos Desafios para o Bolsonarismo

A dispersão dos irmãos Bolsonaro pelo mapa político brasileiro sinaliza o declínio do Rio de Janeiro como epicentro do clã. Com Carlos rumo a Santa Catarina, Flávio mirando o Planalto e Eduardo ancorado em São Paulo, o estado que os viu nascer pode enfrentar 2026 sem herdeiros diretos nas urnas. Essa transição testa a resiliência do movimento bolsonarista local, que precisará de novas lideranças para sustentar sua relevância.

Embora o legado da família permaneça forte entre eleitores conservadores, a ausência física pode diluir sua influência imediata. Analistas preveem um realinhamento partidário no PL-RJ, com foco em candidatos emergentes. Assim, o Rio, outrora sinônimo de bolsonarismo, entra em uma fase de reinvenção política, onde o passado familiar dá lugar a um futuro incerto.

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