Senado dos EUA Aprova Orçamento de Defesa Recorde de US$ 901 Bilhões em Meio a Tensões Globais
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Senado dos EUA Aprova Orçamento de Defesa Recorde de US$ 901 Bilhões em Meio a Tensões Globais

Em um momento de crescentes tensões internacionais, especialmente com a Venezuela e na Europa, o Senado dos Estados Unidos aprovou, nesta quarta-feira...

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Em um momento de crescentes tensões internacionais, especialmente com a Venezuela e na Europa, o Senado dos Estados Unidos aprovou, nesta quarta-feira (17), o orçamento do Departamento de Defesa para o próximo ano fiscal. Com um valor astronômico de US$ 901 bilhões (equivalentes a cerca de R$ 4,9 trilhões), essa é a maior alocação de recursos militares na história do país, refletindo uma tendência de expansão orçamentária nos últimos anos. A proposta, que agora segue para sanção do presidente Donald Trump – que deve endossá-la –, foi aprovada por ampla maioria bipartidária, sinalizando um raro consenso em Washington sobre a necessidade de fortalecer as capacidades de defesa americana.

Aprovação Bipartidária e Principais Alocações

O orçamento foi respaldado por 77 dos 100 senadores, com apoio tanto de republicanos quanto de democratas, destacando a prioridade estratégica dada à segurança nacional em um cenário geopolítico volátil. Essa aprovação ocorre em meio a disputas comerciais com a China, conflitos no Oriente Médio e atritos com regimes como o da Venezuela, sob Nicolás Maduro.

Entre as principais medidas, o texto prevê um aumento salarial de 3,8% para os militares americanos, beneficiando cerca de 1,3 milhão de pessoal ativo e reservistas. Além disso, há investimentos significativos em modernização armamentista: a construção de novos submarinos nucleares, caças stealth de quinta geração, drones avançados e navios de guerra para reforçar a Marinha dos EUA. Esses recursos visam manter a superioridade tecnológica e numérica das Forças Armadas americanas, especialmente no Indo-Pacífico e no Atlântico Ocidental.

Sessão do Senado dos EUA aprovando o orçamento de defesa

Cláusulas Controversas e Accountability no Pentágono

Uma das cláusulas mais debatidas refere-se a um incidente no Caribe em setembro, quando forças americanas realizaram um ataque a uma embarcação supostamente ligada a traficantes apoiados pelo governo venezuelano. Aprovado previamente pela Câmara dos Representantes, o artigo exige a divulgação do vídeo do bombardeio para todos os membros do Congresso. Revelações recentes indicam que, em um segundo ataque, os EUA teriam eliminado sobreviventes, o que gerou críticas ao secretário de Defesa, Pete Hegseth, acusado de encobrir detalhes.

O Senado, no entanto, optou por uma abordagem mais branda: em vez de obrigar a liberação imediata, determinou um corte de 25% no orçamento de viagens de Hegseth até que as imagens sejam compartilhadas. Essa medida busca promover transparência sem paralisar operações militares, mas expõe fissuras na liderança do Pentágono. Analistas apontam que o episódio pode minar a credibilidade dos EUA em negociações diplomáticas com a América Latina.

Implicações Internacionais e Compromissos com Aliados

No âmbito global, o orçamento envia mensagens claras sobre as prioridades de Trump. Uma emenda proíbe o Departamento de Defesa de reduzir o contingente de soldados americanos na Europa para menos de 76 mil sem prévia consulta aos aliados da OTAN. Essa restrição responde às tensões entre a Casa Branca e líderes europeus, que temem um isolamento americano e questionam o compromisso de Washington com a aliança atlântica.

Adicionalmente, o texto mantém os níveis de auxílio militar a parceiros estratégicos, com ênfase na Ucrânia, que recebe bilhões em armas e treinamento para conter a agressão russa. Países como Israel, Taiwan e aliados no Golfo Pérsico também se beneficiam, reforçando a rede de influência dos EUA. Críticos, porém, alertam para o risco de escalada em conflitos regionais, enquanto defensores argumentam que o investimento é essencial para deter adversários como China e Rússia.

Representantes do Pentágono discutindo o orçamento militar

Em conclusão, esse orçamento recorde não apenas impulsiona a máquina de guerra americana, mas também reflete as ambiguidades da política externa de Trump: uma mistura de isolacionismo seletivo e projeção de poder global. Com a sanção iminente, os olhos do mundo se voltam para como esses US$ 901 bilhões moldarão o equilíbrio de forças nos próximos anos, potencialmente intensificando rivalidades internacionais enquanto os EUA buscam reafirmar sua hegemonia. Especialistas preveem debates acalorados no Congresso sobre sustentabilidade fiscal, mas por ora, a mensagem é clara: a defesa permanece no topo da agenda nacional.

Mapa de bases militares americanas na Europa e tensões com a OTAN
Categorias:Mundo

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