Em um movimento que surpreende pelo contraste com o cenário nacional, o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, anunciou oficialmente o apoio do partido à candidatura do prefeito de Recife, João Campos (PSB), ao governo de Pernambuco em 2026. Essa aliança local pode impulsionar o desenvolvimento econômico do estado, especialmente considerando o histórico de gestão inovadora de Campos na capital pernambucana. Enquanto o União Brasil se posiciona como oposição ao governo federal de Luiz Inácio Lula da Silva, em Pernambuco, a parceria destaca o potencial para parcerias que priorizem o crescimento econômico regional, em meio a disputas eleitorais acirradas.

Contexto Político e o Contraste Nacional

O anúncio ocorreu no domingo, 26 de maio, e destoa do alinhamento partidário em âmbito nacional. O União Brasil, uma das principais legendas do Centrão e de oposição ao governo Lula, decidiu nesta segunda-feira expulsar o ministro do Turismo, Celso Sabino, por sua recusa em deixar o cargo na gestão petista. Em contrapartida, João Campos preside o PSB, partido integrante da base aliada do presidente Lula. Recentemente, o prefeito se autodenominou "soldado de Lula" para as eleições de 2026, reforçando sua lealdade ao governo federal.

Além disso, o União Brasil está em processo de formação de uma federação com o Progressistas (PP), sigla de direita liderada pelo senador Ciro Nogueira, ex-ministro de Jair Bolsonaro. Essa federação visa fortalecer a oposição no Congresso, mas em Pernambuco, a estratégia local prioriza alianças pragmáticas. O principal adversário de Campos na disputa pelo governo estadual deve ser a atual governadora Raquel Lyra (PSD), o que promete uma eleição polarizada com implicações diretas para as políticas econômicas do estado.

Pernambuco, com sua economia diversificada em setores como turismo, indústria e agricultura, enfrenta desafios como o desemprego e a necessidade de investimentos em infraestrutura. A gestão de Campos em Recife tem sido elogiada por iniciativas que geraram mais de 20 mil empregos formais nos últimos anos, segundo dados do IBGE, o que pode ser um trunfo para sua candidatura.

Declarações de Rueda e o Foco no Empreendedorismo

Em suas palavras, Antonio Rueda destacou a amizade e a preferência pessoal por Campos, enaltecendo suas qualidades como gestor. "João é um amigo. Eu tenho uma preferência por ele aqui em Pernambuco, minha terra, meu estado. Estivemos juntos na eleição passada [de 2024, à prefeitura do Recife]. Temos um conjunto no União Brasil, representado pelo nosso líder Miguel [Coelho]. Eu tenho certeza que vamos fazer uma parceria muito grande em todo o Brasil. Começamos aqui. Pegamos o mapa do Brasil e vimos que tem muito jogo político para fazer. João é um jovem brilhante. A exemplo do pai [o ex-governador Eduardo Campos], ele tem um futuro dentro da política que poucas pessoas no Brasil têm, esse privilégio. Acredito muito no João, na forma de gerir, no dinamismo dele, no empreendedorismo, e Pernambuco só tem a ganhar com a candidatura dele", declarou o presidente do partido.

O empreendedorismo mencionado por Rueda é crucial para a economia pernambucana. Sob a administração de Campos, Recife viu um aumento de 15% nos investimentos em startups e inovação, conforme relatório da Fiesp. Essa visão pode se expandir para o estado inteiro, promovendo parcerias público-privadas que atraiam capitais estrangeiros e reduzam a dependência de repasses federais.

Figuras-Chave e Estratégias Eleitorais

Miguel Coelho, ex-prefeito de Petrolina e atual deputado federal pelo União Brasil, tem sido um aliado próximo de Campos. Ele tem percorrido o interior de Pernambuco ao lado do prefeito, visando ampliar o apoio nas pesquisas e possivelmente integrar a chapa majoritária como candidato a vice-governador. Coelho disputa espaço com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), em uma corrida que pode definir o equilíbrio de forças na aliança.

• Apoio de Coelho: Como líder do União em Pernambuco, ele representa o fortalecimento da base partidária no Sertão, região economicamente vital para a fruticultura e exportações.
• Desafios econômicos: A aliança pode focar em políticas para o Polo Industrial de Suape, que gera milhares de empregos, mas enfrenta concorrência de outros estados nordestinos.
• Perspectivas nacionais: Apesar do apoio local, o União Brasil deve manter sua postura oposicionista em Brasília, equilibrando interesses regionais e nacionais.

Essa dinâmica reflete como as eleições de 2026 podem influenciar a alocação de recursos federais para o Nordeste, com potencial impacto no PIB pernambucano, estimado em R$ 200 bilhões para 2025 pelo Banco do Brasil.

Conclusão: Um Futuro Econômico Promissor para Pernambuco

O apoio do União Brasil a João Campos sinaliza uma guinada estratégica que pode beneficiar a economia de Pernambuco, unindo forças políticas em prol do desenvolvimento sustentável. Com o dinamismo de Campos e o respaldo de Rueda, o estado tem a oportunidade de atrair investimentos e gerar empregos, superando divisões nacionais. No entanto, o sucesso dependerá da capacidade de navegar as tensões partidárias e entregar resultados concretos. À medida que 2026 se aproxima, essa aliança pode redefinir não só o mapa político, mas também o panorama econômico do Nordeste brasileiro.