
Team Cherry Planeja Novo Jogo Após DLC de Silksong, Mas Enfrenta Limites do Tempo
A indústria de jogos independentes ganhou um marco com o sucesso de Hollow Knight, e agora os olhos estão voltados para o futuro da Team Cherry. Após...
A indústria de jogos independentes ganhou um marco com o sucesso de Hollow Knight, e agora os olhos estão voltados para o futuro da Team Cherry. Após anos de espera pelo lançamento de Hollow Knight: Silksong, os cofundadores Ari Gibson e William Pellen revelaram em uma entrevista recente que estão considerando a criação de um jogo totalmente novo, em vez de uma terceira parte direta da franquia. No entanto, essa ambição vem acompanhada de uma reflexão profunda sobre o tempo finito dos criadores, com a "morte" sendo o único limite real mencionado. Essa declaração sombria destaca não só os desafios da desenvolvimento de jogos, mas também a vulnerabilidade humana por trás das grandes produções.
Os Planos Futuros da Team Cherry
A Team Cherry, estúdio australiano responsável pelo aclamado Hollow Knight, tem dedicado os últimos sete anos ao desenvolvimento de Silksong, a sequência que promete expandir o universo sombrio e exploratório do original. Durante uma entrevista com o jornalista Jason Schreier, da Bloomberg, Gibson e Pellen confirmaram que um DLC para Silksong está em produção, embora sem data de lançamento definida. Essa expansão deve trazer novas camadas à narrativa e mecânicas de jogo, mantendo o estilo metroidvania que conquistou milhões de fãs.
Além disso, os desenvolvedores admitiram que não decidiram se prosseguirão com Hollow Knight 3. Em vez disso, eles estão inclinados a explorar um projeto inédito. "Temos outros jogos que planejamos fazer", afirmou Gibson. Essa abordagem reflete a vontade de inovar, evitando a repetição de fórmulas, mesmo que o sucesso de Hollow Knight — com mais de 3 milhões de cópias vendidas — torne uma sequência tentadora. A equipe pequena da Team Cherry, composta principalmente pelos dois cofundadores, prioriza a criatividade sobre a pressão comercial, o que é raro em uma era dominada por grandes estúdios.

A Preocupação com o Tempo e a Mortalidade nos Projetos
O que torna essa revelação particularmente impactante é a menção explícita ao tempo como barreira. Gibson destacou que, com ciclos de desenvolvimento de sete anos por projeto, e possivelmente mais dois para o DLC, eles precisam considerar quantos jogos ainda podem criar. "A única preocupação em relação ao tempo é — e já falamos sobre isso antes — a morte. Não é tão distante assim se você passa 7 anos por projeto", disse ele. Essa reflexão não é mera hipérbole; é um lembrete de que a longevidade dos criadores é um fator limitante em indústrias criativas intensivas.
Para a Team Cherry, isso significa equilibrar a paixão pelo ofício com a realidade prática. Eles estimam que ainda há espaço para "mais alguns jogos", a menos que imprevistos ocorram. Essa honestidade contrasta com o otimismo usual das entrevistas de desenvolvedores, humanizando figuras que, para os jogadores, parecem imortais em suas criações. O estúdio, que opera de forma independente, enfrenta desafios adicionais como financiamento e crunch, mas sua dedicação ao craft os mantém relevantes.
Reflexões Semelhantes em Outros Desenvolvedores de Renome
A preocupação de Gibson e Pellen não é isolada. Vários ícones da indústria de jogos têm expressado pensamentos semelhantes sobre mortalidade e legado. Em 2023, Todd Howard, diretor da Bethesda e responsável por séries como The Elder Scrolls e Fallout, comentou sobre The Elder Scrolls 6 durante o lançamento de Starfield. "Se eu fizer as contas, não estou ficando mais jovem. Por quanto tempo as pessoas jogam Elder Scrolls? Esse pode ser o último que eu faça", admitiu Howard, destacando os longos ciclos de produção de seu estúdio, agora sob a Microsoft.
Da mesma forma, Hideo Kojima, o visionário por trás de Metal Gear Solid e Death Stranding, aos 62 anos, refletiu sobre sua vida durante a pandemia de Covid-19. Após uma grave doença, ele disse: "Completar 60 anos foi menos um ponto de virada na minha vida do que minhas experiências durante a pandemia". Kojima, conhecido por temas profundos em seus jogos, usa essas reflexões para inspirar narrativas que exploram a existência humana.
- Todd Howard (Bethesda): Preocupado com o tempo para completar Elder Scrolls 6.
- Hideo Kojima: Pandemia acelerou pensamentos sobre mortalidade aos 60 anos.
- Team Cherry: Foco em maximizar projetos antes do "prazo final".

Conclusão: O Legado Duradouro da Criação
A revelação da Team Cherry não só antecipa um futuro empolgante para os fãs de Hollow Knight, mas também inicia uma conversa necessária sobre os limites humanos na arte digital. Enquanto o DLC de Silksong e um possível novo jogo prometem inovação, a ênfase na mortalidade lembra que o verdadeiro valor está no impacto duradouro das criações. Desenvolvedores como Gibson, Pellen, Howard e Kojima nos inspiram a valorizar o tempo, tanto para eles quanto para nós, jogadores. No final, jogos como esses transcendem seus criadores, tornando-se eternos no coração da cultura gamer.





