
Ubisoft Abandona Planos de Segunda Expansão para Assassin's Creed Shadows: Implicações Econômicas para a Indústria de Games
Em um movimento que surpreendeu a comunidade gamer, a Ubisoft confirmou que não há planos para uma segunda grande expansão de Assassin's Creed Shadows...
Em um movimento que surpreendeu a comunidade gamer, a Ubisoft confirmou que não há planos para uma segunda grande expansão de Assassin's Creed Shadows, o mais recente capítulo da icônica franquia de ação e aventura. Essa decisão marca uma mudança significativa na estratégia de pós-lançamento da empresa, que tradicionalmente investia em conteúdos adicionais para estender a vida útil de seus títulos. Lançado em fevereiro de 2025 após um adiamento, o jogo já recebeu sua primeira expansão, As Garras de Awaji, mas os fãs que esperavam mais agora enfrentam uma realidade mais enxuta. Essa notícia não só afeta os jogadores, mas também reflete desafios econômicos mais amplos na indústria de videogames, onde orçamentos inflados e retornos incertos forçam ajustes estratégicos.

Histórico de Expansões na Franquia Assassin's Creed
A franquia Assassin's Creed sempre se destacou por suas expansões robustas, que não apenas ampliavam a narrativa, mas também geravam receitas adicionais através de passes de temporada. Desde Assassin's Creed Origins, lançado em 2017, a Ubisoft adotou um modelo de dois DLCs principais por título. Os Ocultos e A Maldição dos Faraós adicionaram horas de gameplay e profundidade cultural ao Egito antigo, ajudando o jogo a superar os 10 milhões de cópias vendidas.
Em 2018, Assassin's Creed Odyssey seguiu o padrão com Legado da Primeira Lâmina e O Destino de Atlântida, que exploraram mitos gregos e elevaram as vendas para mais de 15 milhões de unidades. O ápice veio com Assassin's Creed Valhalla, de 2020, que recebeu não apenas duas expansões principais — Cântico de Guerra e O Dawn of Ragnarök —, mas também uma série de conteúdos menores, totalizando mais de 40 horas extras. Esses DLCs foram cruciais para a Ubisoft, representando até 30% da receita pós-lançamento de cada jogo, segundo relatórios financeiros da empresa.
- Origins (2017): Duas expansões, foco em mistérios egípcios.
- Odyssey (2018): Expansões mitológicas, expansão de mundo aberto.
- Valhalla (2020): Múltiplos DLCs, integração com eventos sazonais.
Essa estratégia não só fidelizava jogadores, mas também mitigava riscos econômicos em um mercado saturado, onde o custo de desenvolvimento de AAA pode ultrapassar US$ 200 milhões por título.
A Decisão Estratégica para Assassin's Creed Shadows
O adiamento de Assassin's Creed Shadows de novembro de 2024 para fevereiro de 2025 foi motivado por polêmicas e necessidade de refinamentos, o que levou a Ubisoft a descartar o passe de temporada original. Como compensação, a primeira expansão, As Garras de Awaji — uma aventura de 10 horas ambientada na ilha de Awaji, com mecânicas de stealth e combates intensos —, foi oferecida gratuitamente a pré-vendas. Lançada em setembro de 2025, ela foi bem recebida, mas o diretor associado Simon Lemay-Comtois confirmou em entrevista ao canal JorRaptor que "não há planos para expandir o tamanho de Awaji neste segundo ano".
Embora Lemay-Comtois tenha mencionado exceções passadas, como o DLC de Assassin's Creed Mirage financiado pela Arábia Saudita dois anos após o lançamento, a ausência de uma segunda expansão sugere uma abordagem mais conservadora. Fatores econômicos, como o impacto da pandemia e a inflação de custos de produção, podem estar por trás dessa escolha. A Ubisoft relatou prejuízos de €78 milhões no ano fiscal de 2024, impulsionados por lançamentos problemáticos, o que pressiona a empresa a priorizar retornos rápidos em vez de investimentos de longo prazo.

Implicações Econômicas e para os Jogadores
Essa decisão reflete uma tendência maior na indústria de games: a redução de conteúdos pós-lançamento em meio a crises econômicas. Com o modelo de live service em declínio para single-player, estúdios como a Ubisoft enfrentam pressões de investidores para maximizar lucros iniciais. Para Shadows, isso significa um ciclo de vida mais curto, potencialmente impactando as vendas de longo prazo — o jogo já vendeu mais de 5 milhões de cópias, mas sem DLCs adicionais, pode perder momentum para concorrentes como God of War ou Elden Ring.
Do ponto de vista dos fãs, a decepção é palpável. Muitos investiram em edições deluxe esperando expansões, e essa mudança pode erodir a confiança na marca. Economicamente, a Ubisoft pode economizar milhões em desenvolvimento, redirecionando recursos para projetos futuros como Assassin's Creed Infinity, um hub multiplayer. No entanto, analistas preveem que isso poderia reduzir a receita recorrente em até 20%, forçando diversificação para mobile e serviços de assinatura como o Ubisoft+.

Conclusão
A ausência de uma segunda expansão para Assassin's Creed Shadows sinaliza um ponto de inflexão para a Ubisoft e a indústria de games como um todo. Enquanto a primeira DLC entrega valor sólido, a estratégia enxuta destaca os desafios econômicos de equilibrar criatividade e rentabilidade em tempos de incerteza. Jogadores e investidores aguardam os próximos passos da Ubisoft, que pode precisar inovar para manter o legado de uma franquia que revolucionou o gênero. No final, essa decisão pode ser um teste para modelos de monetização mais sustentáveis, beneficiando ou penalizando a longevidade de futuros lançamentos.





