No imaginário coletivo brasileiro, poucas publicações evocam tanta nostalgia e controvérsia quanto a Playboy. Lançada no Brasil em 1975, a revista completaria 50 anos em 2025 e se tornou sinônimo de sensualidade, liberdade e debates sobre sexualidade. Mulheres de diferentes gerações e perfis, como Adriane Galisteu, Claudia Raia, Sheila Mello, Cissa Guimarães, Maitê Proença, Isabel Fillardis, Paula Burlamaqui, Leona Cavalli e a icônica Mulher Melancia, unem-se por um traço comum: todas posaram para capas que moldaram a cultura pop nacional. Para resgatar essa história rica e multifacetada, o UOL Prime lança o podcast Estrelas da Capa: as histórias da Playboy, que estreia na próxima segunda-feira, 14 de outubro. Com episódios repletos de relatos exclusivos, o programa promete revelar os bastidores de uma publicação que vai além das imagens provocantes.

A Trajetória da Playboy no Brasil: De Ícone Cultural a Desafio à Censura

A Playboy chegou ao Brasil em uma época de ditadura militar, quando a censura era rigorosa e temas como sexualidade eram tabus. Durante décadas, a revista não só exibiu capas memoráveis, mas também driblou restrições impostas pelo regime, publicando entrevistas com figuras proeminentes como políticos, escritores e craques do futebol. Negociações milionárias para capas com celebridades famosas viraram lendas, e os bastidores envolviam desde sessões fotográficas ousadas até disputas judiciais em delegacias.

Além do glamour aparente, o dia a dia na redação era intenso e variado. A publicação serviu como plataforma para jornalismo investigativo, cobrindo desde centros de oração até casas de swing, e até visitas a praias de nudismo. Essa mistura de erotismo e reportagem séria fez da Playboy um marco na imprensa brasileira, influenciando gerações e desafiando normas sociais. Com o fim da ditadura nos anos 1980, a revista ganhou ainda mais liberdade, consolidando-se como um espelho do imaginário sexual do país.

Bastidores Inéditos: Relatos que Renderiam Livros

O podcast mergulha em histórias que vão além do óbvio. Um dos episódios mais curiosos envolve Pelé, o Rei do Futebol, que invadiu a redação em busca dos negativos de fotos de Xuxa, tiradas três anos antes. Para negociar, o craque concedeu uma entrevista exclusiva sobre sua vida nos Estados Unidos, revelando um lado pouco conhecido de sua carreira. Outros relatos incluem as experiências de Adriane Galisteu e J.R. Nascimento, ex-editor, que compartilham anedotas sobre as pressões e os triunfos da produção.

• Negociações com estrelas como Cissa Guimarães, Vera Fischer e Bruna Lombardi, que exigiam cláusulas contratuais detalhadas.
• Entrevistas polêmicas com personalidades que usavam a revista para se posicionar politicamente.
• Desafios logísticos, como fotografias em locações exóticas e o impacto da censura nos anos 1970.

Esses bastidores mostram que trabalhar na Playboy não era só "sexy" como parecia: envolvia coragem, criatividade e, muitas vezes, riscos pessoais e profissionais.

Os Apresentadores e Convidados: Vozes da Redação e das Capas

Quem melhor para contar essa saga do que quem viveu de perto? A jornalista Adriana Negreiros, ex-repórter da Playboy, e o colunista Juca Kfouri, diretor de redação entre 1991 e 1995, comandam o podcast. Adriana relata aventuras como entrevistas em delegacias e gabinetes em Brasília, além de uma visita a uma praia nudista – onde, inclusive, trabalhou "pelada" para a matéria. Juca, por sua vez, relembra as negociações com famosas que deram nova cara à revista.

Os cinco episódios contam com participações de peso: ex-editores, fotógrafos, produtores e "estrelas da capa" como Claudia Raia, Hortência, Cissa Guimarães, Maitê Proença, Marina Lima e Sheila Mello. Cada convidado traz perspectivas únicas, desde o glamour das sessões fotográficas até as críticas feministas que a publicação enfrentou ao longo dos anos.

Conclusão: Um Legado que Continua a Inspirar

O podcast Estrelas da Capa não é apenas uma homenagem à Playboy, mas uma reflexão sobre como a mídia molda nossa visão de mundo. Em um tempo de redes sociais e conteúdos efêmeros, resgatar essas histórias inéditas nos lembra do impacto duradouro de uma revista que ousou desafiar convenções. Disponível no UOL Prime, o programa convida ouvintes a revisitar uma era de ousadia e transformação cultural. Com 50 anos à vista, a Playboy brasileira segue como símbolo de uma sexualidade mais livre e debatida – e agora, contada por quem a viveu.